A disputa de território entre taxistas e motoristas do Uber em São Paulo parece estar longe do fim. Quase que diariamente, o TecMundo posta alguma notícia que, infelizmente, envolve violência, pois essa tem sido a fórmula adotada pelos taxistas diante do serviço do aplicativo. Agora, um suposto grupo de frotas de táxi quer simplesmente atear fogo nos veículos pretos como forma de protesto à decisão que proíbe a apreensão de carros do Uber.
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A informação foi descoberta em mensagens de áudio que teriam sido compartilhadas em grupos do WhatsApp utilizados por taxistas que prometem essa guerra. Os arquivos foram enviados na noite da última terça-feira (2) e incitam a violência do começo ao fim, chegando ao ponto de ameaçar parar rodoviárias e até mesmo os aeroportos de Congonhas e de Guarulhos.
Os agressores citam o presidente do Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores nas Empresas de Táxi de São Paulo (Simtetaxis-SP), o Ceará, que recentemente ganhou notoriedade na internet em vídeo no qual ameaça o prefeito Fernando Haddad e faz declarações de ódio.
Entidade diz que “repudia” violência
Por meio da assessoria de imprensa, a entidade diz que as mensagens podem ter sido “plantadas” e que cabe à Polícia Civil investigar os autores das conversas. Só que a Simtetaxis diz que “repudia” qualquer tipo de violência e se apoia na legislação trabalhista para se manifestar pacificamente contra o aplicativo – apesar de as circunstâncias mostrarem o contrário.
Os áudios também mostram exatamente o oposto. “A gente tem que se reunir mesmo e colocar fogo em cada carro preto que a gente vir na rua. Aí eles vão botar fé na gente. F*da-se se é Uber ou não é. Por mim, eu já começava a botar fogo agora. Viu o carro preto parado? Bota fogo. Vamos ver se rapidinho eles não dão um jeito”. Essas são as palavras de um dos áudios.
Uber está adotando medidas cautelares
O Uber também tem utilizado o WhatsApp, mas justamente do outro lado da moeda: evitando as brigas. No último sábado (30), a organização do app soltou um comunicado alertando os motoristas a evitarem a rua Visconde de Parnaíba, na região da Mooca, bairro tradicional na zona leste de São Paulo. Isso porque, no local, haveria um protesto de taxistas.
Em meio a esse cenário, o prefeito Fernando Haddad diz que está “dialogando toda semana” com taxistas para discutir medidas e circunstâncias que visam controlar a situação. “A categoria entende que a municipalidade está buscando uma alternativa que respeite o trabalho deles, mas abra espaço para regulação. Estamos tentando fazer isso em diálogo com eles. (...) As pessoas não gostam disso [violência]”, explicou o prefeito em coletiva de imprensa realizada na última quarta-feira (3), em inauguração de corredor de ônibus na avenida Inajar de Souza, zona norte da capital paulista.
Aguardemos os próximos capítulos. E fica a torcida: que não sejam sangrentos.
Grupo de taxistas quer atear fogo em carros do Uber Discuta o assunto no Fórum do TecMundo.
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