Enquanto aqui no Brasil cidades como o Rio de Janeiro ainda seguem sem saber mais sobre o futuro da regularização do Uber, nos Estados Unidos são os motoristas do serviço quem exigem mais esclarecimentos. Embora a situação legal da empresa no país esteja bem resolvida, os parceiros da companhia de carona paga se juntaram a tantos outros trabalhadores norte-americanos para pedir por uma remuneração mais justa.
Condutores de dezenas de cidades do país – entre profissionais que atuam em Chicago, Los Angeles e São Francisco – foram às ruas, aeroportos e shoppings para expor as suas reclamações. Suas armas? Placas indicando que os motoristas da categoria estavam entrando em greve pelos seus direitos. A ideia deles é que o Uber, do alto dos seus US$ 68 bilhões de valor de mercado (cerca de R$ 230,6 bilhões), compartilhe uma fatia maior do bolo com o pessoal que efetivamente faz a companhia rodar por todo o mundo.
Campanha pede por pagamento minimamente justo
Nos últimos anos, a empresa tem cortado cada vez mais custos para se manter em uma posição competitiva contra outros serviços da mesma categoria ou mesmo diante dos tradicionais táxis. Infelizmente, boa parte dessa redução acaba saindo da tarifa paga aos motoristas que trabalham junto à empresa, que, por serem tratados como colaboradores e não funcionários, já não recebem seguro de saúde, folga remunerada, reembolso de combustível ou qualquer coisa do tipo.
Objetivo de lutar por um pagamento mínimo de US$ 15
Para reverter esse quadro, eles resolveram se juntar a trabalhadores de fast food, limpeza, ensino superior, aeroportos e babás na campanha “Fight for $15”, que está promovendo movimentos de greve por todos os Estados Unidos com o objetivo de lutar por um pagamento mínimo de US$ 15 (R$ 50,87) por hora e pelo direito de estabelecer sindicatos da categoria. Segundo Rebecca Smith, uma das líderes do projeto, o Uber “se tornou um símbolo desses tipos de trabalho com baixa remuneração e sem benefícios”.
Nova campanha
De acordo com informações recentes do Uber, os motoristas do serviço conseguem ganhar até US$ 30 (R$ 101,7) por hora circulando pelos EUA – o dobro do valor exigido pelo movimento dos trabalhadores. Um estudo publicado em novembro, porém, coloca esse número em xeque ao mostrar que, ainda que alguns motoristas norte-americanos consigam fazer cerca de US$ 20 (R$ 67,83) por hora em algumas cidades, basta ir para algumas regiões mais densas para que os ganhos horários fiquem na faixa dos US$ 13,25 (R$ 44,94).
Agora, a briga promete ser ainda mais séria
Não é a primeira vez que o Uber sofre represálias por conta do modo com que trata os seus parceiros. É o caso dos US$ 100 milhões (R$ 339 milhões) que a companhia teve que pagar no início do ano para se livrar de um processo movido por cerca de 385 mil condutores do serviço, que queriam ser classificados como funcionários da empresa de fato. Agora, a briga promete ser ainda mais séria, uma vez que a campanha é bem mais unificada e organizada do que em casos anteriores.
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