Depois de uma série de casos de violência e de crimes nos EUA e de críticas pesadas a respeito da falta de segurança dos passageiros do serviço, parece que a Uber começa a tomar as primeiras providências para acalmar os ânimos e tornar seu negócio mais profissional para os usuários. Isso porque, a partir da última sexta-feira (23), a empresa passou a exigir que seus motoristas se identifiquem adequadamente antes de logar na plataforma da companhia ou de aceitar uma chamada de corrida. Como? Tirando uma selfie, é claro!
A novidade foi anunciada no blog oficial da empresa em uma postagem feita por Joe Sullivan, o diretor de segurança da Uber, que explicou exatamente como deve funcionar esse sistema um tanto, digamos, inusitado. A ideia é que, periodicamente, os condutores afiliados ao serviço sejam abordados pelo recurso chamado de Real-Time ID Check (algo como Checagem de Identificação em Tempo Real). Através do celular, os colaboradores terão que fazer um autorretrato para provar que são eles mesmos que estão atrás do volante.
Na teoria, tudo funciona em segundos
Segundo a companhia, eles estão se baseando em uma tecnologia de análise cognitiva da Microsoft para que, em segundos, o clique seja comparado com uma foto já arquivada no banco de dados interno da Uber. Caso a combinação da dupla esteja correta, o condutor é liberado para continuar a oferecer viagens. No entanto, se houver uma negativa, a conta é bloqueada automaticamente até que eles possam identificar exatamente qual é o problema – garantindo a segurança dos consumidores.
De acordo com Sullivan, a tecnologia já está sendo testada há alguns meses com mais de 99% dos motoristas associados à empresa. Esse período inicial vem servindo para aparar arestas, polir o software e evitar que erros técnicos – como alertas falsos com base em duas fotos diferentes da mesma pessoa – atrapalhem a fluidez do serviço. Para o executivo, essa é só mais uma das ferramentas desenvolvidas pela equipe de segurança global da companhia para oferecer um serviço de qualidade e impecável para os clientes.
Só boas intenções? Talvez não...
A ferramenta é praticamente uma confissão de que a Uber reconhece que os motoristas compartilham contas e emprestam carros
Apesar de o Real-Time ID Check ser inegavelmente um recurso interessante a ser introduzido no aplicativo de caronas pagas, a iniciativa levanta a bandeira vermelha para um fato bastante preocupante: a ferramenta é praticamente uma confissão de que a Uber reconhece que os motoristas compartilham contas e emprestam carros a pessoas completamente desconhecidas da contratante – e dos passageiros.
Além disso, isso coloca ainda mais lenha nas críticas que a marca sofre por conta do processo básico de cadastro de novos colaboradores na plataforma. Não há checagem de antecedentes criminais, coleta de digitais ou mesmo qualquer tipo de interação ao vivo na hora da “contratação”; afinal, quase todo o processo pode ser feito digitalmente, com cópias de documentos diversos – de carteira de motorista a certificados de inspeção.
Será que, eventualmente, a Uber vai se render aos processos mais tradicionais de triagem de colaboradores ou você acha que iniciativas como a checagem via selfie são suficientes para garantir que aquela pessoa atendendo a sua chamada é de confiança ou é quem ela deveria ser? Deixe a sua opinião mais abaixo, na seção de comentários.
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