Já sabemos que o futuro elétrico é uma espécie de caminho sem volta. Buscando atender níveis cada vez mais baixos e desafiadores de emissões de poluentes, governos estão cada vez mais comprometidos em mandar o bom e velho motor à combustão para as trevas. Mas qual país está ganhando essa corrida por um mundo mais verde e limpo?
O país nórdico está incentivando cada vez mais o uso de veículos elétricos por parte de seus habitantes, oferecendo subsídios e, mais importante, energia “barata”
De acordo com uma publicação feita pela Bloomberg, a resposta é simples, direta e não muito surpreendente: a Noruega. O país nórdico está incentivando cada vez mais o uso de veículos elétricos por parte de seus habitantes, oferecendo subsídios e, mais importante, energia “barata”. Um dos incentivos mais recentes foi a instalação de 86 postos de carregamento que podem ser utilizados de graça por usuários de carros elétricos.
A estrutura foi montada na Fortaleza de Akershus, uma construção do Século 14 que está situada na capital do país, Oslo, e que agora também é a maior garagem para carregamento de veículos elétricos do mundo. A ideia é atender a demanda de uma população que está virando a chave da gasolina para a eletricidade mais rápido que qualquer outro país do mundo: os veículos híbridos ou totalmente elétricos já respondem por mais de um terço do total da frota norueguesa.
A marca representa 100 mil veículos elétricos nas estradas e só é equiparada pelos Estados Unidos, China e Japão. A ideia é que, até 2025, não exista mais qualquer automóvel movido a gasolina ou diesel sendo vendido no país.
A revolução elétrica fez, inclusive, com que os noruegueses apelidassem os carros à combustão de fossilbiler, ou “carros fósseis”
Os veículos elétricos se popularizaram bastante graças aos subsídios governamentais, que retiram as taxas de compra de automóveis e outra de 25% sobre as vendas. Outros mimos incluem a recarga grátis já citada, isenção em pedágios e o uso de linhas exclusivas para ônibus para fugir do trânsito. A revolução elétrica fez, inclusive, com que os noruegueses apelidassem os carros à combustão de fossilbiler, ou “carros fósseis”.
Para quem pensa que a iniciativa é atual, uma surpresa: os incentivos já acontecem desde a década de 90. Eles nasceram como uma forma de impulsionar a indústria local na época, quando de pouco serviam dada a escassez de opções, mas se mantiveram até a chegada de modelos que tornaram possível e viável escolher se tornar elétrico – algo que aconteceu há apenas cinco anos por lá.
Engana-se também quem pensa que é fácil copiar o modelo norueguês: para conseguir seguir os passos do país, é preciso ter eletricidade barata – e, acredite, eles tem bastante. A Noruega conta com uma estrutura robusta de captação de energia através de hidrelétricas e, graças a um número modesto de habitantes, cerca de 5 milhões, o uso de veículos elétricos é o menor dos problemas em termos de demanda energética.
A parte irônica disso tudo é que a Noruega também é um dos maiores exportadores de petróleo e gás natural da Europa, o maior na porção oeste da região
A parte irônica disso tudo é que a Noruega também é um dos maiores exportadores de petróleo e gás natural da Europa, o maior na porção oeste da região.
Diante de tudo isso, o país ainda tem um grande desafio pela frente: identificar por quanto tempo será saudável e viável manter todos os incentivos para a adoção de veículos elétricos no país. Afinal de contas, de nada vai adiantar ser o primeiro ou o que adotou mais rápido se esse modelo não for sustentável, certo? E, vamos combinar, de sustentabilidade a Noruega está dando uma aula.
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