(Fonte da imagem: Reprodução/FM-PAS via Wikimedia Commons)
Em entrevista para o jornal Folha de S.Paulo, o bilionário egípcio Naguib Sawiris disse ter interesse na compra da TIM. A operadora, que é subsidiária da Telecom Italia, pode ser negociada caso a companhia italiana seja realmente vendida para pagar suas dívidas — que já beiram os € 58 bilhões, o equivalente a quase R$ 190 bilhões.
De acordo com a publicação original, acionistas da Telecom Italia calculam que o valor de mercado da TIM chegue a € 20 bilhões (cerca de R$ 66 bilhões). Apesar de todos os rumores de bastidores e de o empresário ter afirmado que fará uma proposta pela operadora brasileira, a corporação italiana assegura que a TIM não está á venda.
Sawiris, que tem um patrimônio de US$ 2,5 bilhões (algo em torno de R$ 6 bihões), não está sozinho nessa jogada. Ele na verdade é o líder de um grupo de investidores que está pronto e preparado para comprar a empresa de telefonia.
O bilionário inclusive participou de uma reunião com Paulo Bernardo, o ministro das Comunicações no final do ano passado. "Falei ao ministro que seria uma péssima ideia o governo brasileiro permitir a venda da TIM fatiada", relatou o egípcio.
Segundo Naguib Sawiris, a iniciativa da venda segmentada da operadora é defendida por companhias concorrentes e por um conselho da própria Telecom Italia. Contudo, para ele, que também é acionista minoritário na empresa italiana, essa ideia “é absurda”.
Entenda o caso
A situação aqui é bem mais complicada do que aparenta. Em setembro do ano passado, a Telefónica adquiriu partes de uma empresa chamada Telco, que possuía até então uma participação de 22,4% na Telecom Italia. Assim, Telefónica e Telecom Italia se tornaram sócias.
Nessa mesma época, dois dos principais investidores da Telco resolveram sair da companhia. Para evitar a dissolução da empresa, a Telefónica comprou mais ações dela, passando de 46,5% para 66% e tendo a possibilidade de assumir o controle da sua administração.
Porém, devido a restrições legais do setor de telecomunicações, o Ministério das Comunicações não permitiu tal fato. Mais tarde, a presidente Dilma Rousseff delegou que o assunto fosse tratado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica.
A disputa de interesses se intensifica pelo fato de a Telefónica ser dona da Vivo e, por ser sócia da Telecom Italia, indiretamente também da TIM. Portanto, a venda da operadora subsidiária da companhia italiana seria a solução ideal para o grupo espanhol.
Conforme apurado pela Folha de S.Paulo, o governo liberaria a negociação da TIM de forma “fatiada” se nenhum grande grupo de investidores apresentasse uma proposta por ela — e é exatamente aqui que Naguib Sawiris mudou todas as perspectivas de futuro da TIM.
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