A tecnologia anda em ritmo desenfreado – e cada vez mais rápido –, ainda mais com o advento de novos recursos que, na prática, se traduzem em mais facilidade para os usuários. Com a proximidade do final deste ano, a expectativa pelas novidades de 2016 começa a crescer. Ana Toillier, diretora de marketing e produtos da SanDisk na América Latina, comenta as tendências do mercado de TI para os próximos meses e as necessidades dos consumidores.
Na visão da executiva, os destaques ficarão, mais uma vez, por conta de tópicos como mobilidade, armazenamento e internet das coisas. Enumerando os temas dissertados pela diretora, temos os seguintes pontos:
1 – Poder e capacidade de smartphones continuará crescendo
A capacidade dos smartphones continuará a crescer. De acordo com a IDC, o universo digital alcançará 44 trilhões de gigabytes em 2020. A verdade é que o nosso consumo e a geração de dados estão crescendo rapidamente. Uma área em que isso fica muito claro é a de dispositivos móveis, pois cada vez mais fotos e vídeos estão sendo capturados, com aplicativos cada vez maiores e com muitos de nós permanecendo conectados 24 horas por dia/365 dias no ano às mídias sociais.
Neste ano, o smartphone premium médio foi fornecido com 38,9 GB de armazenamento. Até 2018, a capacidade média dos smartphones premium vai praticamente dobrar para 77,2 GB no mundo todo, de acordo com o setor de Inteligência de Mercado da SanDisk. Um fato interessante é que os smartphones de ponta, tais como o iPhone 6 e o Samsung Galaxy S6, já possuem a mesma capacidade (128 GB) que o MacBook Air mais básico, e é possível adicionar instantaneamente 200 GB de armazenamento aos smartphones compatíveis com um cartão micro SDXC.
2 – Fotografias e vídeos dos smartphones ficarão “incríveis”
O enorme aumento de capacidade em parte se dá pelo fato de que as câmeras dos smartphones estão evoluindo de equipamentos básicos feitos para capturar fotos simples para dispositivos mais avançados, e podemos atribuir esse cenário a aplicativos e tecnologias como Live Photo, câmera lenta e softwares que permitem aos consumidores editar as imagens diretamente no dispositivo. É um ciclo virtuoso.
Conforme as capacidades de processamento de imagem e o desempenho aumentam nos telefones, os consumidores passam a capturar mais fotos e vídeos, o que estimula os fabricantes e outros envolvidos a criarem novos produtos para atender às novas expectativas. Com mais pessoas tirando fotos com seus smartphones, os fabricantes de câmeras estão fazendo o que se espera deles: forçando os limites da tecnologia e explorando diferentes mercados.
Câmeras 3D, sistemas de realidade virtual, grandes quantidades de megapixels (80 MB), câmeras que podem capturar imagens panorâmicas de 360 graus e vídeo e câmeras que capturam a uma velocidade de 1.000 quadros por segundo são inovações que chegarão em breve, prevê a SanDisk. O conteúdo em 4K também deve se tornar mais comum, na visão da empresa.
3 – Tráfego global da internet vai triplicar
A diretora descreve que os usuários querem baixar arquivos maiores, com mais frequência e em menos tempo. O tráfego global da internet pode triplicar ao longo dos próximos cinco anos, segundo algumas previsões. Os usuários começarão a baixar filmes que poderão chegar a até 80 GB. As velocidades médias de internet, enquanto isso, podem aumentar dos 5 Mbps atuais para apenas 11,3 Mbps até 2019, segundo Danny Kaye, vice-presidente executivo de estratégia de tecnologia e pesquisa global da 20th Century Fox Home Entertainment.
Precisaremos de velocidades em Gbps para transferir arquivos de muitos GBs com facilidade. Em 2016, teremos empresas começando a desafiar os limites das velocidades de conexão em rede. Também veremos as empresas explorarem estratégias criativas para armazenamento em cache, salto de espectro e gestão da internet das coisas.
4 – Marcas chinesas vão bombar e incomodar muita gente grande
A concorrência é sadia e disso todo mundo sabe. Novas empresas mexem com o ambiente de tecnologia móvel. O fabricante de smartphone com crescimento mais rápido no segundo trimestre foi a Huawei, segundo a Gartner. As marcas da China, principalmente Xiaomi, Lenovo e Huawei, continuarão a movimentar os mercados de smartphone, seja com novos designs ou com novas maneiras de vender os produtos diretamente aos consumidores.
5 – Consumidores vão querer trocar de smartphone em menos tempo
Os consumidores não vão querer mais esperar dois anos por um upgrade de seus smartphones, na visão da executiva. Por anos, os contratos com as operadoras de celular controlavam quando muitos de nós iríamos fazer um upgrade de nossos smartphones. O inevitável contrato de dois anos significava um upgrade a cada dois anos. Em 2016, os consumidores vão trocar de smartphone em muito menos tempo graças aos contratos, que permitirão um upgrade mais rápido.
Isso significa que muitos terão a tecnologia mais recente em muito menos tempo, enquanto o restante do mundo poderá aproveitar um smartphone remanufaturado com tecnologia (quase) de ponta. Smartphones readaptados estão se tornando um mercado significativo, aponta a diretora da SanDisk. Espera-se que o mercado de telefones remanufaturados cresça de 53 milhões em 2014 para 275 milhões em poucos anos. Um smartphone de ponta comum pode render US$ 50, e um bom iPhone pode render entre US$ 200 e US$ 400.
6 – Cartões de memória vão crescer
O número de telefones com slots de cartão micro SD tem se mantido incrivelmente estável em 75% ao longo dos últimos anos, de acordo com a Strategy Analytics. Mas, no futuro próximo, o uso e a versatilidade dos slots e cartões micro SD tendem a crescer. Um motivo é o dilema de excluir ou não seus arquivos: as pessoas estão ficando sem espaço em seus telefones e querem uma forma de continuar a tirar fotos, principalmente nos países emergentes, onde os telefones mais básicos são a maioria.
Outra tecnologia importante é a USB tipo C, uma porta que funciona para alimentação e como slot de memória. E temos também o versátil formato micro SD. A Google e a Microsoft incluíram um suporte em seus sistemas operacionais que permite o uso do cartão micro SD como a memória principal.
7 – Mercados emergentes serão mais importantes e exigentes
Os mercados de nível básico – os ditos emergentes, no qual o Brasil se inclui – deixarão a tecnologia básica para trás, prevê a SanDisk. Esses mercados representaram 76% de todas as vendas de smartphones em 2014, e esse número vai subir para 82% até 2020. Isso trará muitas inovações ao nível básico.
Os consumidores nesses mercados não querem a tecnologia do passado, mas sim a tecnologia de ponta a preços baixos. Em 2014, telefones que custavam menos de US$ 200 representavam 60% do mercado. Até 2020, os telefones de menos de US$ 200 serão responsáveis por 70% das vendas com metade desses aparelhos custando menos de US$ 100, segundo bancos de dados SpecTRAX e PriceTRAX da Strategy Analytics.
8 – Smartphone será a “chave” para absolutamente tudo, até ligar o carro
A importância e a dimensão que os smartphones estão assumindo praticamente saem da escala que temos na cabeça. O seu smartphone vai se tornar a chave para se conectar a tudo, opina Ana Toillier. Não faz muito tempo que começamos a confiar em nossos smartphones para tirar fotos ou para nos guiar no caminho até nossos destinos. Agora, é possível usar o dispositivo móvel para dar a partida em um carro, destrancar a porta de casa ou mudar de canal na televisão – até mesmo substituir a TV, em alguns casos.
Conforme a dependência dos dispositivos móveis aumenta, continuaremos a convergir com a tendência da “internet das coisas” para criar novas capacidades em 2016 que antes não eram possíveis. Quaisquer que sejam essas novas capacidades, ter armazenamento rápido será crucial para garantir que uma boa experiência seja fornecida aos usuários.
9 – Internet das coisas vai gerar necessidade de armazenamento em flash
A internet das coisas, aponta a diretora, vai gerar necessidade por armazenamento em flash em novas áreas. Em 2015, tivemos enormes avanços nos carros conectados, um número cada vez maior de segmentos buscando maneiras de aprimorar a eficiência e o ROI (“Retorno sobre investimento”, em português) através da conectividade e mais inovações de IoT na residência conectada e nos eletrônicos para o consumidor.
A relação consistente entre todos esses segmentos não é apenas o fato de estarem "conectados", mas sim de que essa experiência conectada demanda armazenamento de alta capacidade, rápido e confiável – o que geralmente significa armazenamento em flash. Conforme o ano de 2016 se aproxima, a IoT promete continuar a ter um impacto nessas áreas e em novos mercados, tais como saúde, serviços públicos e robótica.
A CES 2016, maior evento de tecnologia do mundo que ocorre anualmente em Las Vegas, está a menos de 1 mês de distância, e o TecMundo vai estar lá para conferir se algumas dessas tendências realmente podem se concretizar.
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Fontes