A Qualcomm está investindo pesado em sistemas de otimização com base no carro-chefe de sua linha de produção, os processadores Snapdragon. Segundo dados divulgados no Forum Mobile Apps em São Paulo nesta quarta-feira (21/08), atualmente a venda de tablets chega a 30% da venda somada de tablets e computadores, um número que demonstra o enorme potencial do mercado de dispositivos móveis.
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E, para garantir a sua fatia neste mercado, um dos maiores investimentos da empresa, segundo Dário Dal Piaz, Diretor de Desenvolvimento de Negócios, está na área de pesquisa e inovação. Atualmente, o investimento da fabricante de processadores nesta área ultrapassa os US$ 4 bilhões, algo que já rendeu à Qualcomm mais de 72 mil patentes no mercado de dispositivos móveis.
Ao que tudo indica, as estratégias estão funcionando. Segundo Dal Piaz, existem 85 fabricantes utilizando chipsets Snapdragon em suas linhas de produção e a empresa já ultrapassou o número de 11 bilhões de chips vendidos.
O mercado de aplicativos móveis
(Fonte da imagem: Reprodução/Adobe)
Atualmente, existem 2,3 milhões de desenvolvedores em todo o mundo, número que deve dobrar nos próximos quatro anos. Um a cada oito destes desenvolvedores estão trabalhando especificamente para plataformas de dispositivos portáteis.
Dados divulgados por Dal Piaz indicam a proporção de mercado alcançada. Atualmente, a indústria de aplicativos tem sua renda estimada em algo entre US$60 a US$72 bilhões, número que deve dobrar até 2017. A distribuição de apps já chega a 20% da soma da venda na indústria de dispositivos e aplicativos (contando apenas sistemas pagos).
Na América Latina, os números são ainda mais animadores: a região já representa uma grande fatia do mercado mundial de desenvolvimento, algo que ultrapassa os US$ 4 bilhões de faturamento, podendo chegar a US$ 16 bilhões em 2016.
No entanto, mesmo com a maior taxa de crescimento mundial, ficando a frente até mesmo dos Estados Unidos e Europa, a América Latina enfrenta problemas com o atraso na adoção de tecnologias, como a modernização de redes 3G e 4G.
Segundo dados de consultoria contratados pela Qualcomm, na América Latina existem 80 mil programadores capacitados para desenvolver apps, sendo que no Brasil este número não ultrapassa os 35 mil profissionais.
Segundo Dal Piaz, faltam desenvolvedores capacitados no país para atender a demanda do mercado. Atualmente, 60% dos aplicativos catalogados no país são importados de desenvolvedores externos. Há muito espaço no mercado brasileiro e iniciativas de disponibilização de conteúdo podem acelerar este processo.
Sistemas do futuro
(Fonte da imagem: Reprodução/coronalabs)
Segundo pesquisas globais encomendadas pela Qualcomm, 73% dos desenvolvedores atualmente trabalham com a criação de apps com foco em Android, seguido pelo iOS (59%), HTML5 (50%) e, só então, o Windows Phone, que conta com apenas 23% dos desenvolvedores.
No Brasil, o sistema portátil da Microsoft ainda encontra barreiras para seu crescimento. Marcos Mazoni, Presidente SERPRO (Serviço Federal de Processamento de Dados) declarou no Forum Mobile Apps que o sistema de recolhimento de declaração do Imposto de Renda brasileiro contou com um envio equilibrado de documentos via Android e iOS, enquanto a plataforma especifica desenvolvida pelo governo de suporte ao Windows Phone não registrou qualquer envio de dados.
Consequentemente, a falta de adeptos desestimula os desenvolvedores. Segundo Mazoni, o ocorrido foi encarado com surpresa pela equipe e fez com que a SERPRO deixasse de lado os investimentos em melhorias para o SO da Microsoft, focando apenas nos sistemas da Apple e Google.
Para Dal Piaz, isso fortalece ainda mais a visão que alguns especialistas já vêm defendendo há alguns anos: o HTML5 tem tudo para ser a linguagem global em um futuro próximo, já que, embora não obtenha a mesma performance em todas as plataformas, ela engloba uma série de sistemas e é capaz de se adaptar aos SOs desejados pelo desenvolvedor com muita facilidade.
As tendências para o mercado portátil
Atualmente, mais de 50% da receita de aplicativos ainda está ligada ao mercado empresarial, com os chamados “apps contratados”. Estes aplicativos nada mais são do que sistemas encomendados por marcas para estreitar o relacionamento com o consumidor ou facilitar serviços diversos. Apenas metade dos aplicativos é desenvolvida de maneira independente ou com o simples propósito de entretenimento.
Na outra fatia de vendas se encontram os aplicativos pagos, no entanto, a tendência atual é que estre mercado se mova em direção à compra in-app. Para Dal Piaz, o consumidor atualmente já não deseja comprar um aplicativo “no escuro”, mas tende a gastar ainda mais do que na compra de aplicativos ao investir em pacotes complementares que supram necessidades ao longo do uso.
Desenvolvimento colaborativo
(Fonte da imagem: Reprodução/clickinnovate)
No Mercado atual, 95% dos desenvolvedores utilizam plataformas de desenvolvimento como SDs e APIs para criar conteúdo. Pensando neste potencial, a área de software da Qualcomm trabalha em com três frentes de negócios, sendo uma delas focada na melhoria de desempenho e usabilidade para o usuário, algo que vem ajudando desenvolvedores a otimizarem sistemas gratuitamente, garantindo a entrada de aplicativos mais eficientes e fluidos no mercado.
Para isso, a fabricante criou o Qualcomm Developer Netork, um programa de parcerias que disponibiliza sem qualquer custo uma série de APIs e SDKs que facilitam a criação de softwares para portáteis, independente de seu propósito. Para isso, o fabricante conta com um conjunto de mais de 20 processadores que trabalham em rede, produzidos especificamente para a melhoria de experiência.
Um dos exemplos de otimização de performance é a do aplicativo do Netflix: o aplicativo exibia filmes a uma velocidade de 7 frames por segundo, taxa que foi elevada para 30 fps após o trabalho em conjunto com a Qualcomm, algo que foi possível pelo sistema de conexão direta entre modem e GTU e traz a apps de streaming uma vantagem gigantesca para uso no Snapdragon.
Múltiplas telas
O futuro virá em muitas telas e isso não é segredo para que entende de tecnologia. Sistemas de segunda e terceira tela estão surgindo com tudo no mercado de games e prometem também revolucionar a forma como consumimos entretenimento, desde músicas e filmes até a leitura de livros.
No entanto, a sincronização de gadgets com processadores e sistemas diferentes não é algo simples de ser feito automaticamente, seja para a utilização de um mesmo usuário ou para sistemas conectados em rede.
(Fonte da imagem: Reprodução/TeamOne)
Sistemas multiplayer em que jogadores utilizem o mesmo console acontecem de maneira fluida automaticamente, no entanto, tentar uma jogatina em grupo utilizando smartphones com hardware e sistemas operacionais distintos pode não ser uma experiência tão agradável.
Projeto como o AllJoyn, da Qualcomm podem ser a solução para isso. Desenvolvedores podem, gratuitamente contar com um sistema para o funcionamento de sistemas em rede, seja para fins de entretenimento, negócios ou serviços.
Realidade Aumentada
Embora ela já apareça em uma série de aplicativos, a RA tem tudo para crescer a cada vez mais e se tornar parte de projetos cada vez mais abrangentes. A Realidade Aumentada consiste em programas que ampliam a realidade ao inserir itens virtualmente em um cenário físico, proporcionando a interação do mundo real com o digital.
Segundo Dal Piaz, o SDK para realidade aumentada da Qualcomm é atualmente a plataforma de desenvolvimento mais baixada em todo o mundo, passando dos 70 mil downloads, ajudando programadores a desenvolver de maneira mais veloz, aumentando as possibilidades de avanço no mercado.
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