Com o advento dos celulares e de ferramentas para comunicação via internet, os orelhões ou telefones públicos estão caindo no desuso, seja porque não há tanta gente interessada ou porque as operadas responsáveis não mantém boa parte desses aparelhos funcionando. Tendo isso em vista, em um acordo entre a Anatel e as operadas, ficou definido que 60% dos telefones públicos do Brasil serão desativados permanentemente.
Segundo dados oficiais, existem hoje 763 mil orelhões espalhados por todo o Brasil, mas, em alguns estados, menos da metade deles realmente funciona. Em Alagoas, por exemplo, apenas 44% estão ativos, 46% na Paraíba, 51% no Maranhão e 61% no Pará e em Santa Catarina. Por conta disso, a média do interesse da população pelo serviço é baixa, dada a dificuldade de encontrar algum aparelho que funcione adequadamente.
Peso financeiro
O que realmente incomoda as operadas que pedem o corte na base de orelhões é o lucro. A relação das receitas e despesas com esse tipo de telefone tem ficado muito desvantajosa. De acordo com a Anatel, só em 2012, os lucros caíram 90% nesse setor. Assim, as empresas não encaram mais o serviço como um bom negócio, mas se veem obrigadas a continuar por conta do regime de concessão que têm com a Anatel.
Em 2014, 461 mil orelhões devem ser desconectados por conta dessas dificuldades, mas não foi especificado como serão escolhidos os aparelhos que vão ser definitivamente desligados. É possível que uma ação mal elaborada aumente ainda mais a quantidade de aparelhos inoperantes em relação ao total que deve sobrar.
Apesar de serrem considerados pouco úteis, 81% dos orelhões do Brasil realizam pelo menos duas ligações por dia. Por mês, a média em minutos é de 120, muito próximos dos 128 minutos de média mensal dos celulares brasileiros. A diferença é que os celulares atualmente servem para uma infinidade de coisas e geram muito mais lucro. No celular, as operadoras ganham em média R$ 0,14 de lucro por minuto. No orelhão, o valor cai para R$ 0,06.
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