Telefônica focará em crescimento fora do estado de São Paulo

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Reuters. Por Sérgio Spagnuolo - A Telefônica vai concentrar sua estratégia de crescimento fora do Estado de São Paulo, à medida que a companhia espera sinergias maiores do que as previstas pela integração entre Telesp e Vivo.

Além disso, o serviço de TV paga, que ainda responde por uma pequena parcela da receita da subsidiária brasileira, deve ser um dos principais vetores para impulsionar o crescimento da companhia nos próximos anos, junto à oferta de banda larga.

"Queremos expandir nossa posição fora (do Estado) de São Paulo", disse o presidente da Telefónica no Brasil, Luis Miguel Gilpérez, em teleconferência com analistas nesta quarta-feira.

"Vemos muitas oportunidades porque não oferecemos todos os serviços (fora do Estado)", disse ele. "Queremos aumentar a receita que vem de banda larga e serviços de TV paga".

A companhia deve concentrar sua estratégia de oferta de serviços de TV paga utilizando fibra ótica, cabeamento de cobre e sinal de satélite, de acordo com o executivo.

O principal foco da empresa deve ser no serviço Telefônica TV Digital que, por enquanto, abrange apenas o Estado de São Paulo --embora a Telefônica também seja sócia do grupo de mídia Abril na TVA, que tem abrangência maior.

A Telefônica deve lançar novos serviços para este fim já em setembro, "a fim de aumentar a penetração de mercado", disse o executivo.

A companhia pretende, ainda, ampliar sua base de linhas fixas e móveis, ressaltou Gilpérez. A Vivo é atualmente a maior operadora de telefonia móvel do Brasil, com mais de 64 milhões de acessos.

Neste cenário, a Telefónica elevou a expectativa de sinergias totais capturadas da união entre Telesp e Vivo, que devem ser, em valor presente, de 8,2 bilhões a 10,2 bilhões de reais. A projeção anterior era de 7,3 bilhões a 9,3 bilhões de reais.

"Estamos tentando conseguir as melhores práticas de sinergias entre as duas companhias", disse a diretora de controle gestão da Telefônica, Cristiane Barreto, sem dar mais detalhes ou previsões.

Questionada quanto aos gastos de integração da Vivo à Telesp, a executiva afirmou que a "receita e os benefícios de capex (investimentos) estão ficando melhores, então os benefícios totais são maiores do que apenas os custos de integração".

Metas de competição

Gilpérez assinalou que a Telefônica está confiante na capacidade de continuar crescendo, mesmo com as novas regras de competição da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que estão em consulta pública atualmente, mas que devem entrar em vigor já em 2012, segundo a autarquia.

As regras do Plano Geral de Metas de Competição (PGMC) deverão impor novas obrigações a companhias com poder de mercado significativo, como o compartilhamento de rede (unbundling).

"Estamos esperando os resultados finais da consulta pública, mas estamos confiantes em nossas capacidades", disse Gilpérez, sem fazer estimativas sobre a regulamentação. "Estamos em boa situação... é possível aumentar a competição".

Resultados

A Telesp encerrou o segundo trimestre com lucro líquido de 1,15 bilhão de reais, alta de 30 por cento sobre o apurado um ano antes. Os números consolidaram, pela primeira vez, os resultados da Vivo.

Apesar do aumento, o lucro ficou abaixo da estimativa média de seis analistas consultados pela Reuters, que esperavam 1,22 bilhão de reais.

A receita operacional líquida subiu 6,7 por cento na comparação anual, para 8,23 bilhões de reais de abril a junho.

O total de linhas cresceu 12,2 por cento em 12 meses até junho, para 79,3 milhões de acessos --64 milhões no segmento móvel e 15,3 milhões no fixo.

A geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) somou 3,06 bilhões de reais de abril a junho, alta de 9,1 por cento contra o mesmo período de 2010. A margem Ebitda subiu para 37,2 por cento, ante 36,4 por cento.

O mercado parece ter recebido bem os resultados da Telesp. Às 14h05, a ação ordinária da companhia era negociada a 47,73 reais, alta de 1,88 por cento, na contramão do Ibovespa, que cedia 1,06 por cento.

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