Vista durante muito tempo como o futuro dos televisores caseiros (posto ocupado atualmente pela resolução 4K), a tecnologia 3D nunca emplacou da forma como as fabricantes esperavam. Embora alguns modelos do mercado ainda apostem na solução, ela não é mais vendida como a “atração principal”, mas sim como um extra que complementa resoluções maiores e a oferta de funções inteligentes.
No entanto, pelo menos uma companhia acredita que este é o momento certo para trazer mais profundidade aos painéis bidimensionais. Desenvolvida em silêncio durante anos, a solução Ultra-D da StreamTV Networks dispensa o uso de óculos e a dependência de “distâncias focais ideais” para funcionar.
Segundo Kyle Orland, do site Ars Technica, pode demorar um pouco para o cérebro perceber a diferença oferecida pela nova tecnologia. Ele afirma que o efeito 3D é um pouco sutil, mas que ele traz uma camada adicional distinta para as imagens e chama a atenção imediatamente, ajudando a trazer destaque a elementos em primeiro plano.
“A imagem 3D da tela Ultra-D é mais nítida do que a maior parte dos sistemas estereoscópicos que já vi, sem limites de taxas de quadros, resolução ou brilho que são comuns em outras soluções. A Ultra-D usa um sistema de corte de vidro e de colagem proprietários para criar uma série de ‘microvisões sobrepostas’. Isso significa que o efeito 3D é sólido em qualquer lugar da área de visão de 140° sem a necessidade de usar óculos especiais ou de barreiras de paralaxe para diferenciar as imagens entre cada olho”, afirma Orland.
Tecnologia adaptada a jogos
Segundo os responsáveis pelo projeto, um chip interno fabricado pela Qualcomm é capaz de adicionar efeitos de profundidade a qualquer conteúdo 2D tradicional. O efeito não é tão natural quanto aquele oferecido por produções filmadas diretamente em 3D, mas se mostra bastante satisfatório quando levamos em consideração suas características.
A mesma solução não tem efeitos tão bons em games, já que ela pode adicionar um intervalo inaceitável de 30 milissegundos para os jogadores. No entanto, os responsáveis pela tela garantem que desenvolvedores podem ultrapassar essa barreira trabalhando com um SDK especial que elimina qualquer espécie de lag.
Segundo o Engenheiro de Software de Redes da StreamTV, Dusten Sobotta, criadores de games não têm que se preocupar em fazer compromissos técnicos para trabalhar com o sistema. Ele afirma que basta a eles enviar um pouco de dados junto à imagem 2D em resolução nativa para que o display em si lide com os processos restantes.
A companhia afirma que já está negociando com diversos parceiros para trazer a tecnologia Ultra-D ao mercado ainda este ano. A promessa é a de que a solução pode ser adaptada para monitores ou telas de smartphones, com o potencial de mostrar que as imagens tridimensionais só não obtiveram o sucesso esperado porque ninguém havia conseguido oferecê-las da maneira certa — história que a StreamTV está disposta a mudar.
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