Willow Glass: a tela flexível da Corning. (Fonte da imagem: Divulgação/Corning)
Olhando para ele, dá-se a impressão de que você vê um plástico grosso, pois ele é translúcido, fino e maleável.
Mas o Willow Glass é uma tela feita de vidro flexível, desenvolvida pela Corning, a mesma criadora do famoso e largamente utilizado Gorilla Glass. Assim como seu irmão mais velho, o Willow é resistente, o que aumenta ainda mais a sua lista de recursos.
A companhia, sediada em Nova York, Estados Unidos, apresentou sua novidade para o mundo há um ano e ainda enfrenta alguns desafios, como a utilização que tal material pode vir a ter. A princípio, pode-se dizer que os conceitos de smartphones e tablets dobráveis já ganham um reforço de peso para se tornarem realidade.
A capacidade do Willow Glass de “embrulhar” um dispositivo aumenta bastante as possibilidades de uso da tecnologia, deixando a cargo da indústria encontrar alguma utilidade nova para ele, que podem ir além dos gadgets que temos hoje em dia.
Fino e resistente
O grande destaque do principal produto da Corning, o Gorilla Glass, é a resistência. O display é utilizado em diversos aparelhos — quase 600 equipamentos de mais de 30 fabricantes diferentes — e se tornou referência de durabilidade. Ao que tudo indica, a mesma força é encontrada no Willow Glass.
A novidade aqui, além da flexibilidade, fica pela espessura do novo display: ele tem aproximadamente um terço da finura do Gorilla Glass. Assim, a Corning chegou a uma evolução, um produto forte, fino e maleável.
Chance de dar em nada
A ideia é, por motivos óbvios, muito boa. Uma tela capaz de ser maleável permitiria a criação de dispositivos maleáveis, inclusive um passo significativo na evolução da computação vestível (wearable computing). Dispositivos agregados em roupas inteligentes, com tela sensível ao toque e informações úteis oferecidas em um display flexível e inteligente seriam algumas das aplicações.
(Fonte da imagem: Divulgação/Corning)
Mas, além de faltarem iniciativas que indiquem um uso de fato do Willow Glass, a Corning enfrentou o problema de produzir seu novo material em larga escala sem que isso traga custos excessivos para os seus clientes.
“Willow pode ser um avanço sem sentido se a Corning não descobrir um modo de fabricar isso em grandes quantidades — e de um jeito que os clientes poderiam usá-lo em suas próprias linhas de produção”, afirma uma reportagem do Technology Review, site do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), dos EUA.
Prensa de vidro
O pesquisador Terry Ott, da Corning, esteve com a equipe de desenvolvimento do Willow e, em setembro de 2011, partiu rumo à fábrica de telas da empresa em Harrodsburg, Kentucky. Seu objetivo era descobrir um jeito de fabricar a tela em escala comercial evitando desperdícios, e ele conseguiu.
Normalmente, as telas são produzidas em painéis e, posteriormente, cortadas no tamanho certo para determinados dispositivos. Para tornar a produção do Willow Glass viável, seria necessário um espaço para abrigar tiras tão grandes quanto o tamanho de três campos de futebol.
A solução para o vidro do futuro veio do passado: instalar máquinas que lembram prensas de jornal, com rolos nos quais o material pode ser disposto. O custo-benefício deste método é melhor do que a produção de painéis, pois evita a perda inevitável de material na hora do corte. Entretanto, a possibilidade de enrolar o vidro só existe se ele for flexível, como é o caso do Willow Glass.
Produção cuidadosa
O Willow Glass é trazido ao mundo por meio de um processo de fusão, no qual o vidro é fundido a uma temperatura elevada e, no momento certo, é despejado em uma forma, se solidificando no fundo. Nesse momento, ele pode ser manipulado para se transformar em uma folha pronta para o corte.
Além disso, as prensas nas quais giram o Willow Glass já pronto contam com alguns detalhes interessantes para garantir a integridade do material. O vidro em si não encosta nos rolos, pois ele conta com uma proteção nas bordas que fazem isso e mantêm uma distância segura entre o produto e o rolo da prensa. Isso evita qualquer tipo de dano durante a fase de produção.
Willow Glass vem aí?
Ao Technology Review, o vice-presidente da Corning, Dipak Chowdhury, afirmou que um dispositivo usando a sua nova tecnologia deve chegar ao mercado ainda em 2013. Apesar do otimismo, Ott garante já ter sido uma conquista o desenvolvimento de um método de produção em larga escala do Willow Glass.
Será mesmo que este tipo de material tem condições de se estabelecer no mundo da tecnologia?
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