Proprietário de um "caminhão e meio", segundo relata, o motorista Ivar Luiz Schmidt se apresenta como um dos líderes do Comando Nacional dos Transportes, responsável pelo movimento de paralisação de caminhoneiros que bloqueia estradas em todo o País. Ele é dono de um caminhão, que está parado desde segunda-feira em Luiz Eduardo Magalhães (BA). O outro, em sociedade com o irmão, está sendo usado em Sorriso (MT).
Schmidt, que rejeita vinculação com partidos políticos, conta que a mobilização nasceu com um perfil no Facebook e tem sido mantida por meio de um grupo no WhatsApp, cuja adesão chegaria a líderes de 100 dos 128 pontos de interdição espalhados pelo Brasil.
Ele conta que a ideia original era que houvesse uma paralisação dos caminhoneiros apenas em 1º de abril, em um protesto contra o aumento do diesel. Houve uma antecipação, porém, por causa da volta da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) e de protestos em Mato Grosso do Sul.
Representante legal da categoria, o presidente da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), Diumar Deléo Cunha Bueno, foi recebido pelos ministros, mas reconheceu que o movimento não foi "orquestrado" pelas entidades a ele vinculadas. "Tudo aconteceu pela angústia e situação do momento. Vínhamos insistido com o governo há muito tempo, mas só agora fomos ouvidos", disse.
Caminhoneiro no Tocantins, conseguiu o reconhecimento legal da CNTA em 2005, após a fusão de três entidades do segmento - Fetrabens, Fenacam e Fecone.
'Convite'
Desde terça-feira, Schmidt tentava, em vão, ser reconhecido pelo governo como um dos representantes da mobilização que protesta, entre outros pontos, por causa do alto preço do óleo diesel. No entanto, conseguiu se reunir com parlamentares da bancada ruralista. Ontem, foi convidado a se retirar da reunião com três ministros, no Ministério dos Transportes. Prometeram a ele um encontro com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto. "Nem na minha mão o ministro quis pegar."
Schmidt afirmou que a paralisação não vai se encerrar com as propostas do governo. "É só esperar para ver", disse. "O nosso movimento não é representado por nenhum sindicato, por nenhuma federação, nenhuma confederação. Não adianta o governo se reunir só com essas instituições que representam apenas São Paulo."
O deputado ruralista Jerônimo Goergen (PP-RS) avalia que o governo subestimou o movimento. "Uma das principais dificuldades é a interlocução. Se o governo insistir em conversar apenas com sindicatos, não vai ter acordo e as paralisações vão continuar", diz. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Por Murilo Rodrigues Alves - Brasília
Via EmResumo
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