2014 é um ano que marca a melhoria na detecção e no estudo de doenças, graças aos avanços tecnológicos que já estão ocorrendo em todo o mundo. Parte dessa ajuda vem das impressoras 3D, que produzem materiais em microescala, usados para reproduzir tecidos artificiais e funções biológicas de órgãos.
Ainda em relação aos estudos científicos que envolvem a Medicina, já existe a possibilidade de se editar o genoma. Isso já é uma realidade, tanto que dois macacos gêmeos nasceram com mutações predefinidas no final de 2013.
Em 2014, na agricultura, o uso de drones se popularizou. Dotado de sensores especiais, esse aeromodelo aumenta a produtividade do agricultor ao mesmo tempo em que reduz os danos às plantações.
E, se você acha que o que aconteceu no filme “Exterminador do Futuro”, no qual os robôs dotados de inteligência artificial se rebelam contra os humanos, é algo distante da vida real, é melhor rever os seus conceitos. Atualmente, os pesquisadores buscam uma maneira de melhorar ainda mais a “IA” das máquinas reais, e o resultado é animador (ou assustador, dependendo do ponto de vista).
Enfim, esses são apenas alguns exemplos do que está por vir. A seguir, você pode saber mais a respeito das tecnologias citadas e também de outras que vão impactar a sua vida!
1. Drones ajudando na agricultura
Desenvolvidos inicialmente para uso militar, os drones mudaram a maneira de se fazer guerras, já que eles servem para vigiar inimigos e até atacá-los a distância. Contudo, nos últimos anos, esses equipamentos se mostraram úteis em outras funções.
No final de 2013, a Amazon divulgou alguns testes nos Estados Unidos para realizar entregas em até 30 minutos com o uso de drones. Ao mesmo tempo, o uso desse tipo de aeromodelo não tripulado parece ter uma utilidade ainda maior, inclusive na agricultura.
Drone sobrevoa a plantação
Os drones “agricultores” são relativamente baratos, possuem sensores avançados e recursos de imagens que estão dando aos agricultores novas formas de aumentar a produtividade e reduzir os danos às plantações, pois eles varrem a vegetação com luz infravermelha para exibir os níveis de clorofila. Esse tipo de drone já está sendo usado nos Estados Unidos.
Com a popularização desses robô, os fazendeiros já podem supervisionar milhões de hectares e poupar muito dinheiro nesse processo. Isso ocorre pois as operações agrícolas abrangem grandes distâncias e são, em sua maioria, livres das preocupações de privacidade e de segurança, que exigem o uso de aviões pilotados, sobretudo em áreas mais povoadas, por exemplo.
2. Edição do genoma
Em Kunning, na China, existe uma central de pesquisa genômica na qual os cientistas realizaram um experimento intrigante: deram vida a dois primatas com mutações genéticas pré-estabelecidas.
Em novembro de 2013, os macacos Mingming e Lingling nasceram após serem concebidos por fertilização em vitro. Durante o processo, os pesquisadores utilizavam um método novo de engenharia de DNA, conhecido como CRISPR. Os óvulos fertilizados tiveram três genes editados e foram implantados em uma mãe macaco.
Mingming e Lingling
Com o nascimento saudável dos macacos gêmeos, o CRISPR foi usado pela primeira vez com sucesso para realizar modificações genéticas específicas. Assim, iniciou-se a era da Biomedicina, na qual as doenças complexas poderão ser estudadas e modeladas a partir de macacos.
O CRISPR, que havia sido desenvolvido há algum tempo por desenvolvedores da Universidade da Califórnia, também modificou o modo como os cientistas pensam a respeito da engenharia genética. Através dele, também é possível alterar o genoma de maneira precisa e sem muito trabalho.
A ideia por trás dos macacos alterados geneticamente é auxiliar no estudo de doenças humanas que são mais complexas. No entanto, a questão envolve alguns dilemas éticos, já que tecnicamente a modificação de óvulos de primatas sugere a possibilidade também da alteração de óvulos humanos fertilizados através do CRISPR.
3. Impressão 3D em microescala
A impressora 3D ainda gera muitas dúvidas, afinal ela não é um produto tão acessível para o público em geral. Assim, são poucas as pessoas que já a testaram na prática. Atualmente, essas impressoras já criam formas mais elaboradas, mas trabalham somente com poucos tipos de materiais.
Apesar dessa limitação para o público em geral, já existem alguns estudos para o uso dessas impressoras com diferentes tipos de materiais, incluindo células vivas combinadas. Jennifer Lewis, uma cientista da Universidade de Harvard, está produzindo essa máquina.
Esse tipo de impressão conta com materiais que são úteis para a mecânica, por conta da condutividade elétrica e de suas características óticas, por exemplo. Dessa forma, o objeto criado pode perceber e responder ao seu ambiente. Um grupo da Universidade de Princeton também imprimiu um ouvido biônico, combinando tecido biológico e eletrônicos. Sim, o resultado foi uma espécie de ciborgue! Enquanto isso, alguns cientistas da Universidade de Cambridge imprimiram algumas células de retina para formar um tecido ocular completo.
O grupo de Lewis já produziu uma impressora 3D equipada com um microscópio que pode imprimir estruturas tão pequenas quanto um micrômetro. Para se ter uma ideia do tamanho minúsculo, um glóbulo vermelho humano conta com 10 micrômetros de diâmetro.
Com a ajuda de outra impressora, que conta com saídas múltiplas, já é possível imprimir uma microestrutura desejada em pouco tempo. Todo o segredo está nas propriedades das tintas que realizam o processo de fabricação do objeto. Cada uma é composta por um material diferente. No entanto, alguns tipos deles ainda são difíceis de serem trabalhados. Por exemplo, as células são muito frágeis e se quebram à medida que são forçadas no bocal de impressão.
Essa tecnologia ainda está no começo, mas a impressão em microescala de vasos sanguíneos já é algo que aponta para a produção de tecidos artificiais que realizem algumas funções biológicas em órgãos. No entanto, segundo Lewis, “trabalhar com células é complexo e ainda há muito a ser feito antes de podermos imprimir um rim ou um fígado”.
4. Inteligência artificial está ficando cada vez mais avançada
A deep learning (aprendizagem profunda) é um tema recorrente a respeito da inteligência artificial. Ela trata de como as máquinas podem aprender de maneira profunda, usando as redes neurais para reconhecer voz, visão e linguagem, por exemplo.
Recentemente, a deep learning ajudou os pesquisadores a avançar em áreas diversas, como na tradução automática e no reconhecimento de voz, campos que sempre foram um problema em relação à inteligência artificial.
Será que esse será o nosso futuro?
Em poucas palavras, uma rede neural aproxima as máquinas ao cérebro humano, envolvendo um grande número de processadores que funcionam de modo paralelo. Cada um deles é responsável pelo “conhecimento” e acesso às informações da máquina.
A deep learning traz uma grande perspectiva para o futuro. Com ela, será possível desenvolver carros que serão guiados automaticamente e existe até mesmo a possibilidade de criação de empregados robóticos. A NVIDIA já é uma empresa que auxilia os condutores com a detecção de caminhos em carros autoguiados. Através de câmeras e sensores, esse sistema traça linhas imaginárias, reconhecendo objetos em distâncias próximas. Ele também verifica placas de limites de velocidade e outras sinalizações.
Claro que, para o futuro próximo, esses recursos serão limitados, mas eles eram totalmente impensáveis até algum tempo atrás. Ou seja, a capacidade de analisar diversos tipos de dados e usar a deep learning para que um computador se adapte, em vez de depender de um programador humano, nos trará diversos avanços, incluindo a descoberta de medicamentos e a construção de robôs com mais consciência em relação do que se passa ao seu redor.
5. Cachorros com recursos high tec ajudando em resgates
Atualmente, já existem alguns projetos para o uso de cães equipados com alta tecnologia para ajudar no resgate de vítimas de maneira rápida e eficiente. Além disso, o recurso também pode informar a respeito de riscos ambientais e trazer dados importantes. Tudo em tempo real.
Assim, alguns cientistas estão desenvolvendo uma espécie de colete tecnológico usado para o salvamento de pessoas com a ajuda de cachorros. Esse recurso é equipado com sensores especiais, informando a equipe de resgate como usar os cachorros de maneira coordenada. Os pesquisadores afirmam que a tecnologia é especialmente útil em locais nos quais os robôs não podem chegar, por exemplo.
Cachorro 2.0
Também é preciso se preocupar com a saúde dos bichinhos. Felizmente, o dispositivo monitora o comportamento e a fisiologia deles, além da frequência cardíaca. Isso ajuda a preservar a saúde dos cachorros e observar se ele encontrou algum item interessante.
Essa “coleira” tecnológica também possui alto-falantes e vibra, permitindo que a equipe possa enviar comandos remotamente.
6. Smartphones mais seguros
Em 21 de janeiro, uma estranha mensagem de texto chegou aos smartphones dos manifestantes que lotavam a Praça da Independência de Kiev. “Caro assinante, você é registrado como participante de um distúrbio em massa”, dizia o SMS.
Isso presume que a mensagem foi enviada a partir do sistema de segurança do presidente ucraniano Viktor Yanukovych para todos os telefones na zona de protesto. Esse fato serve para ilustrar que, infelizmente, os telefones celulares ainda podem ser usados para a vigilância.
Phil Zimmermann e o Blackphone
Um manifestante ucraniano procurou a ajuda de Phil Zimmermann, um especialista em criptografia. A empresa dele produz o Silent Circle, um recurso que protege as chamadas de voz, as mensagens de texto e todos os arquivos de anexo que são enviados.
Apesar de esse recurso ainda não barrar as mensagens ameaçadoras enviadas por sistemas de segurança, ele já permite bloquear escutas telefônicas e impedir que algum curioso saiba qual número você está chamando, por exemplo. Dessa maneira, o Silent Circle foi usado para ajudar nos protestos na Ucrânia. “Esses são os tipos de ambiente nos quais é necessário implantar a tecnologia de criptografia”, afirma Zimmermam.
Vai mais além
Em 2013, ficou claro que lugares como Kiev não são os únicos ambientes nos quais as pessoas podem querer ter esse tipo de privacidade. Exemplo disso são os documentos revelados por Edward Snonwden, que sugerem que a Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos reúne informações a respeito das plataformas de computação na nuvem e operadoras de telefonia móvel, incluindo os números de pessoas comuns e as chamadas realizadas.
Além do governo, alguns sites e anunciantes podem fazer o mesmo. Isso acontece pois os smartphones modernos e seus aplicativos são projetados para coletar e compartilhar dados do usuário, incluindo a localização, o histórico de navegação, os termos de pesquisa e até a lista de contatos pessoal.
Por causa dessa característica, o próprio Zimmermann está preparando uma novidade: um smartphone altamente seguro, chamado de "Blackphone". O dispositivo oferece o Silent Circle e mais algumas ferramentas de proteção. Além disso, ele é projetado com o PrivatOS, uma versão especial do sistema Android. Esses sistema bloqueia o vazamento de dados e deve ser lançado por US$ 629.
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