(Fonte da imagem: Reprodução/Extrematech)
Talvez você nunca tenha parado para pensar nisso, mas acontece que o núcleo da Terra pode ser uma fonte de energia relativamente limpa e renovável. Isso porque esse “local” apresenta uma temperatura que atinge a marca de 7 mil graus Celsius, sendo que esse calor poderia ser convertido de diferentes formas para beneficiar a humanidade.
Acontece que cavar até o núcleo do planeta é algo praticamente impossível nos dias de hoje, já que depois de seis quilômetros de profundidade as máquinas enfrentam um calor de centenas de graus Celsius. Essa temperatura já é o suficiente para o trabalho com energia geotérmica — o problema é que ela também é o suficiente para prejudicar a aparelhagem utilizada.
Uma novidade “durona”
Como o calor não é dissipado de maneira uniforme na crosta terrestre, os especialistas precisam utilizar sensores para identificar as áreas em que o trabalho seria possível. No entanto, os chips atuais não conseguem trabalhar em locais em que a temperatura ultrapassa os 200°C, prejudicando a eficácia das pesquisas.
A novidade sobre tudo isso é o fato de que o Fraunhofer Institute for Microelectrtronic Circuits and Systems (IMS) criou algo que pode começar a mudar este cenário. Nós estamos falando de um pequeno chip capaz de trabalhar em temperaturas de 300 graus Celsius e sem apresentar declínios no seu desempenho e também sem precisar de um sistema de resfriamento.
É grande, mas funciona...
(Fonte da imagem: Reprodução/Terra)
Contudo, toda essa resistência e autonomia tem um preço. O novo chip é fabricado tendo 350 nanômetros de tamanho, o que é cerca de 10 vezes maior do que os chips convencionais. Apesar disso, os componentes normalmente fabricados pelas empresas da área de tecnologia são capazes de trabalhar com uma temperatura de até 100 graus Celsius no máximo.
Para que tudo isso fosse possível, o pessoal da IMS utilizou uma estrutura de silício sobre isolante, resultando em algo que é chamado de fuga de corrente, algo que “combate” os efeitos do calor. Além disso, cada transistor do chip tem uma camada de isolamento adicional para impedir que as correntes elétricas saiam do caminho traçado. O Instituto também trocou o alumínio por tungstênio, o que aumentou a resistência de toda a peça.
E é útil de diferentes maneiras
Os responsáveis pelo projeto aproveitaram para afirmar que o novo chip não é útil apenas em pesquisas de energia geotérmica. Ele poderia ser utilizado mais próximo de turbinas de aviões, por exemplo, para gerar análises mais precisas — há outras possibilidades de uso na indústria, área em que altas temperaturas são normais.
Os estudiosos da IMS já realizaram testes iniciais com o novo chip, obtendo resultados satisfatórios, de modo que ele deve ser oferecido como produto no mercado de tecnologia ainda neste ano.
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