O mundo da tecnologia não descansa. Na realidade, tudo está cada vez mais acelerado e 2014 não deve ser diferente. Para o ano que vem, podemos esperar uma série de mudanças em diversos setores.
As novidades devem acompanhar o lançamento de novas linhas de aparelhos, smartphones e tablets. Em 2014 saberemos se algumas empresas conseguirão se reinventar, como é o caso da BlackBerry, que luta para não cair no esquecimento depois de praticamente ter criado o mercado de smartphones.
A Microsoft também quer aumentar a sua participação no setor, e o novo CEO, que pode ser apresentado logo no início do ano, terá papel fundamental nessa tarefa. Além disso ainda temos novos processadores, arquiteturas, GPUs, placas de vídeo e uma infinidade de novidades que traremos sempre em primeira mão aqui no Tecmundo.
Samsung aumenta sua linha de aparelhos
A Samsung não poupa esforços para popularizar os seus smartphones e a marca Galaxy, que conquistou o mundo. A empresa está presente em praticamente todos os mercados, passando pelos mais de entrada e coorporativos até os de alto desempenho. Assim, é de certa forma previsível que uma leva de modelos para todos os mercados e com todas as configurações possíveis seja trazida pela fabricante.
É bastante provável que o Galaxy S5 chegue em 2014 trazendo novos recursos exclusivos e talvez uma carcaça um pouco mais resistente, já que essa é umas principais reclamações dos consumidores. Suspeitas indicam que o modelo pode trazer um processador Snapdragon 800 quad-core de 2,5 GHz e tela Full HD, mas não é exagero especular que o modelo pode ser um dos primeiros smartphones da Samsung a trazer uma tela com resolução 2K (2560x1440).
Sobre o sistema operacional, é pouco provável que a companhia invista no Tizen para o modelo, visto que o sistema ainda encontra-se em estágio inicial de desenvolvimento. Desse modo, é bem provável que o Galaxy S5 chegue com o Android Kit Kat ao mercado.
Também devemos esperar para o final do ano uma nova versão do phablet mais famoso do mundo: o Galaxy Note 4 deve trazer um hardware ainda mais poderoso e os mesmos recursos aos quais já estamos acostumados. A companhia já está investido há algum tempo nas telas flexíveis, e não seria exagero imaginar que algum modelo com essa tecnologia possa pintar no mercado já em 2014.
Apple: novos iPhones, iPads e o retorno da inovação
Assim como a Samsung, a Apple também costuma renovar a sua linha de smartphones e tablets todos anos e, como 2013 foi o ano do iPhone 5S, é provável que 2014 seja o ano do iPhone 6. Espera-se um aparelho com um hardware mais poderoso, recursos exclusivos e, principalmente, uma tela maior, com cinco polegadas: essa é uma das principais exigências do mercado, já que o smartphone da Apple acabou ficando para trás nesse quesito.
Para fortalecer ainda mais esse rumor, existem notícias de que a empresa estaria desenvolvendo uma nova tecnologia de telas que promete imagens com cores muito mais vivas.
Novos iPads também devem pintar em 2014. Talvez nada muito ousado nesse terreno, principalmente porque tanto o iPad tradicional de 10 polegadas quanto o iPad Mini vão muito bem. Ambos continuam vendendo satisfatoriamente e é possível que a Apple se mantenha trazendo modelos mais poderosos em 2014, mas sem fugir muito do plano original.
A tecnologia “de vestir” ganha cada vez mais espaço. Empresas como a Sony e a Samsung já lançaram seus smartwatches, e não seria estranho se a Apple entrasse nessa categoria, até porque a Apple é uma marca que as pessoas gostam de exibir por aí, e vestir algo da empresa certamente seria um orgulho para muita gente.
A televisão inteligente da Apple pode finalmente chegar ao mercado. Depois de tantas informações, rumores e falsas “confirmações” do lançamento do dispositivo, não é de se duvidar que finalmente ela possa despontar nas lojas. Além de funções smart e compatibilidade integral com a Apple TV, o televisor inteligente da marca possivelmente deve chegar com padrão 4K e alguma tecnologia “retina” para demonstrar o seu poder no mercado.
Uma das características principais da Apple sempre foi a inovação, e desde o falecimento de Steve Jobs a empresa vem perdendo um pouco dessa “essência”. É provável que a Apple venha com tudo em 2014, mostrando que não perdeu essa capacidade.
Intel luta para se estabelecer no mercado móvel
Intel e AMD devem lançar uma nova linha de processadores para desktops, notebooks e ultrabooks em 2014. Apesar de ser um mercado que já não é mais tão lucrativo como no passado, ele ainda é de extrema importância estratégica para as empresas.
No caso da Intel, espera-se a quinta geração dos processadores Core, os sucessores da linha Haswell. Como a Intel trabalha no sentido Tick-Tock de desenvolvimento, pelo qual em cada ano uma nova leva de hardware é lançada, estaremos agora no ciclo “Tick”, em que a empresa aplica melhorias no processo, mas não introduz nada radicalmente novo.
(Fonte da imagem: Divulgação/Intel)
Se a companhia continuar nessa linha de desenvolvimento, podemos esperar um Haswell 2.0, com um melhor gerenciamento de energia, processo de fabricação menor e possivelmente uma GPU integrada mais eficiente.
A Intel também está investindo pesado no mercado móvel. A linha Atom Bay Trail deve aparecer em uma grande quantidade de gadgets, smartphones e tablets em 2014, aumentando ligeiramente a participação de mercado da companhia que já está construindo uma série de parcerias importantes com empresas grandes como Lenovo, Acer e ASUS. Um tipo de equipamento que está ganhando cada vez mais o gosto popular são os híbridos (notebooks + tablets) e isso deve continuar em 2014.
AMD e os SoCs
Do lado da AMD, podemos esperar uma nova família de APUs, mas nada de renovação na série FX. A nova arquitetura, que chegaria para substituir a Vishera, pode demorar um pouco mais para chegar ao mercado. Era esperado que essa tecnologia chegasse trazendo processadores com mais de 8 núcleos e clocks ainda maiores, mas talvez seja preciso aguardar mais algum tempo até que essas novidades sejam lançadas.
Do lado das APUs, a arquitetura Kaveri de 28 nm deverá dar conta de boa parte dos produtos desenvolvidos pela AMD. Os chips contendo de dois a quatro núcleos Steamroller terão suporte completo à arquitetura gráfica GCN e ao novo recurso TrueAudio, apresentado em setembro junto com as novas GPUs da companhia.
A empresa também continua investindo forte nos chips SoC (System on a Chip) e no mercado de servidores. Esse tipo de tecnologia já se provou ser extremamente interessante para a AMD, que está trabalhando com uma técnica de desenvolvimento modular em que os chips são feitos sob medida para os clientes. Exemplo disso são os chips presentes nos consoles PlayStation 4 e Xbox One.
Esse movimento deve se fortalecer ainda mais em 2014, quando novos processos produtivos entram em cena.
Placas de vídeo
A empresa demorou para lançar a sua nova linha de GPUs em 2013. Os modelos chegaram apenas no final do ano, portanto, é pouco provável que uma nova geração chegue no início do ano que vem. Assim, é mais fácil acreditar que as placas cheguem apenas no final de 2014, cerca de um ano depois das linhas R7 e R9. A arquitetura Hawaii deve retornar com upgrades importantes, possivelmente com uma tecnologia de construção menor e com mais recursos.
(Fonte da imagem: Divulgação/AMD)
O Mantle ainda não chegou ao mercado e é difícil que ele se torne popular em 2014. Mesmo que a arquitetura caia no gosto do público, é preciso de mais tempo até que ela possa ser adotada.
NVIDIA: o Tegra 5 vem aí
O mercado de placas de vídeo, como de costume, deve continuar se reinventando em 2014. A NVIDIA deve chegar já no início do ano com a GeForce GTX Titan 2, uma placa de vídeo com muito poder de processamento e voltada para o campo da pesquisa. É possível que a empresa apresente uma nova arquitetura para a próxima geração.
O carro-chefe da vez é a arquitetura Maxwell, que promete memória integrada com a GPU e capacidade de oferecer uma banda de 1 TB/s. Entretanto, não se sabe se essa tecnologia chega já em 2014 ou apenas em 2015, apesar de rumores apontarem para um possível lançamento já no primeiro trimestre do ano.
(Fonte da imagem: Divulgação/NVIDIA)
Entre as novidades, é possível que a NVIDIA invista em uma tecnologia de fabricação menor, um sistema SMX redesenhado para acomodar mais processadores gráficos e o retorno das principais tecnologias da empresa, como o PhysX e o CUDA, além do GPU Boost. O recurso G-Sync deve chegar com força a partir da segunda metade do ano, quando mais fabricantes de monitores começarem a incluir os chips da NVIDIA nos equipamentos.
A família Tegra também deve receber novos membros, incluindo um modelo de 64 bits. O Tegra 5 — de nome código Logan — já inclui parte da arquitetura Kepler e processadores gráficos CUDA. Se o modelo será páreo para os chips Qualcomm, só o tempo dirá. Outros rumores também sugerem que a empresa pode trazer um novo Shield em 2014, possivelmente servindo de vitrine para o Tegra 5.
Para completar, também existem indícios de que a companhia poderia estar preparando o lançamento de um tablet proprietário, o que não seria a primeira investida na empresa no setor. O equipamento deve contar com Android e o novo Tegra 5.
Google: aquisições e diversificação nos negócios
A Google deve estender a sua participação de mercado ainda mais e com mais produtos. A empresa continua fazendo aquisições: uma das mais recentes foi a Boston Dynamics, uma companhia de robótica (a oitava adquirida pela Google).
Se algo nesse setor chega já em 2014, é difícil acreditar, pois muita coisa ainda está em estágio inicial e prototipagem. Entretanto, é considerável o esforço que a empresa de Mountain View está fazendo para diversificar as suas atividades no ramo da tecnologia.
Rumores também indicam que a companhia pode passar a desenvolver os seus próprios chips com tecnologia ARM para otimizar a interação entre software e hardware nos servidores da empresa; algo que faria sentido, já que a Google é uma das companhias que mais possuem data centers pelo mundo.
O ano pode marcar o lançamento do Android 5.0, que chega para substituir o Kit Kat. Ainda não existem muitas novidades sobre o sistema, mas não é difícil acreditar que ele traga suporte a processadores de 64 bits, principalmente porque empresas como a Qualcomm e a NVIDIA devem apresentar processadores com essa característica já no início do ano.
Microsoft e os projetos para o futuro
A companhia de Bill Gates promete um crescimento mais acelerado para 2014, e essa mudança deve acontecer já no início do ano. Isso porque a companhia já garantiu que deve marcar presença na CES 2014 depois de ter ficado de fora em 2013. O evento que acontece em Las Vegas neste mês de janeiro é um dos maiores eventos de tecnologia do mundo.
A Microsoft também pretende aumentar o número de tablets Surface comercializados e dominar parte do mercado de tablets Windows. Para ajudar nessa jornada, deve entrar em jogo o Surface Mini, com tela Full HD e um sensor de movimentos no estilo Kinect.
(Fonte da imagem: Divulgação/Microsoft)
O ano de 2014 também deve ser marcado pela chegada de um novo CEO, que substituirá Steve Ballmer na cadeira de liderança da companhia. A mudança de foco da empresa para uma companhia de produtos e serviços pode marcar o lançamento de um PC Gamer com o selo Microsoft de qualidade, algo que faria sentido para enfrentar a chegada das Steam Machines.
Esse é um mercado ainda não explorado pela empresa, mas que certamente poderia ser bem aproveitado, dada a experiência que ela possui no ramo de jogos com o Xbox. Dessa forma, o mercado de games para PC passaria a ser deixado menos de lado pela companhia, uma reclamação constante de alguns.
As mudanças no mercado móvel devem ser mais agressivas em 2014. Muitos rumores indicam que uma união do Windows RT com o Windows Phone será uma realidade para aumentar a lista de aplicativos compatíveis entre os sistemas. Isso também pode acabar mudando um pouco a cara da interface do Windows Phone 9, deixando-o mais parecido com o Android — uma manobra que poderia ser útil para a Microsoft abocanhar uma maior parcela do mercado.
(Fonte da imagem: Divulgação/Microsoft)
A aquisição da Nokia deve marcar uma expansão mais agressiva do Windows Phone em 2014, principalmente em mercados emergentes onde a presença da finlandesa é maior. A Nokia deve trazer muitas novidades para o próximo ano, e um exemplo disso é o possível lançamento de tablets da série Lumia (como o Lumia 2020).
Apesar de tudo isso, a mudança maior deve chegar por parte do novo CEO, que será o responsável por embalar o crescimento da Microsoft.
Facebook: publicidade cada vez maior na rede social
O Facebook continua sua empreitada para tentar aumentar os lucros, principalmente depois que o capital da empresa foi aberto aos acionistas. O ano de 2014 deve marcar uma série de disputas nos tribunais entre Mark Zuckerberg e os investidores, pois existem suspeitas de que o CEO da rede social possa ter omitido algumas informações relevantes pouco antes da abertura do capital da empresa.
(Fonte da imagem: Reprodução/Facebook)
O Facebook deve continuar o seu crescimento em 2014, elaborando novos meios de lucrar com a publicidade. Um desses novos recursos são os comerciais em vídeo que passarão a ser executados automaticamente, ou seja, você não precisará pressionar play para ver um anúncio.
Para saber que tipo de anúncios podem ser mais eficientes, a empresa continua pesquisando os hábitos dos usuários, incluindo aquilo que as pessoas fazem e até mesmo o que elas não fazem. O objetivo é conhecer cada vez mais o público e conseguir direcionar o conteúdo de forma cada vez mais eficiente, e esses estudos incluem pesquisas até mesmo na área de inteligência artificial, movimento que deve se intensificar ainda mais em 2014.
Blackberry: será que a empresa vai se salvar em 2014?
A situação da BlackBerry não é das melhores. Depois de dominar completamente o mercado de smartphones por alguns anos, a companhia viu sua participação de mercado diminuir drasticamente com a entrada de novos players, como Apple e Samsung. O ano de 2014 deve marcar mudanças fundamentais na estrutura da companhia, que recentemente publicou uma carta em que garante que “ainda não morreu”.
(Fonte da imagem: Divulgação/Blackberry)
O trabalho de reestruturação deve ficar a cargo do CEO John S. Chen, que levará um salário de US$ 1 milhão por ano para reerguer a companhia. Para isso, o foco deve ser nos diferenciais dos produtos. Um deles é a segurança; algo que sempre foi um fator importante nos aparelhos BlackBerry.
Contudo, devido aos problemas que vem enfrentando, é difícil esperar uma manobra realmente nova da companhia, principalmente porque, antes de se reinventar, ela precisa descobrir como sobreviver no mercado de smartphones. E essa jornada deve somente se intensificar em 2014, mas sem o lançamento de alguma novidade realmente grande.
Dell e a nova forma de encarar o mercado
A Dell passou a ser uma empresa privada novamente. Michael Dell apresentou as mudanças na Dell World 2013, que ocorreu no início de dezembro. Segundo o executivo, o papel da companhia em 2014 será fortalecer as soluções end-to-end, ou seja, oferecer produtos que se encaixam em toda a cadeia produtiva, incluindo hardware, software e serviços tanto para as companhias quanto para os clientes finais. Para isso, ela oferece soluções variadas, incluindo tablets Android e Windows.
Michael Dell diz que vê a companhia como “a maior startup do mundo”, graças ao espírito empreendedor que invadiu a empresa após a privatização, já que agora será possível ousar mais e tomar riscos maiores, além de criar produtos e projeções a longo prazo, algo que não seria possível em uma empresa de capital aberto devido à pressão dos investidores.
Parte da nova política da Dell está no investimento em novos negócios, e para isso a companhia está criando um fundo de investimentos de US$ 300 milhões que irá se focar em empresas em estágio inicial de desenvolvimento.
2014 deve marcar o direcionamento da empresa nos quatro pilares principais apresentados por Michael Dell durante o evento: transformar, conectar, informar e proteger, com muitos projetos na área corporativa, de serviços e computação na nuvem.
Steam OS chega para sacudir o mercado de jogos no PC
Apesar de já estar fazendo barulho no mercado de jogos, ainda é cedo para dizer que o Linux finalmente será uma plataforma para jogos. Nesse mercado, a dominação do Windows ainda é esmagadora, e deve continuar em 2014 mesmo com o lançamento do Steam OS e das Steam Machines.
A grande maioria dos games ainda é feita para o sistema operacional da Microsoft e, a menos que a empresa desista completamente de dar suporte ao DirectX (algo que é pouco provável), o Windows continuará dominando o mercado de games para PC. Por outro lado, a manobra da Valve é extremamente importante para o crescimento do setor, e 2014 deve ser um ano importante para o mercado de jogos de PC.
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