O LiFi é uma tecnologia que ainda não é muito discutida, talvez pela distância do uso prático dela ou por ainda ser incerto como ela será utilizada. De uma forma ou de outra, poucas pessoas sabem o que ela é ou o que ela pode fazer por nós. Aqui no TecMundo, já escrevemos algumas vezes a respeito, inclusive sobre os seus incríveis recordes de velocidade. Para resumir, trata-se da transmissão de dados através de luzes LED, ou seja, como um “WiFi por luz”.
Entretanto, até o momento ainda havia pouco a ser dito, sendo grande parte teoria e nenhuma demonstração prática que nos deixasse animados para vê-la no cotidiano. No vídeo acima, do TED, Harald Haas, o cientista e chefe da pesquisa sobre o assunto, mostra como esse novo meio de comunicação vai funcionar, sendo econômico e mais útil do que parece.
A internet poderá mesmo funcionar pela luz convencional de LED?
Durante a apresentação de Haas, ele demonstrou pela primeira vez a tecnologia funcionando na prática. O cientista explica para a plateia que apenas com uma luz LED e uma célula solar (iguais às que utilizamos para captar energia do Sol em residências) é possível streamar um vídeo para um notebook.
LiFi
Apesar de parecer meio improvável em um primeiro olhar, o LiFi (Light Fidelity) é fácil de explicar: o emissor de luz pisca diversas vezes por segundo de uma maneira sutil e rápida demais para o olho humano enxergar, transmitindo bits que são interpretados pela placa de captura de energia que, em seguida, envia para o computador e apresenta uma animação na tela. Em outras palavras, seria como a frequência em que a luz de casa pisca (60 vezes por segundo), mas não conseguimos enxergar.
Com o LiFi, é possível transmitir dados e capturar energia da luz ao mesmo tempo
A parte surpreendente é que, além de enviar informações com muito peso (afinal, trata-se de um vídeo em alta definição), ele também consegue transmitir energia ao mesmo tempo, ou seja, uma função não exclui a outra.
Uma forma muito mais econômica de transmitir dados
O que Haas propõe para o futuro é que, além de transmitir dados por uma fonte a que todos nós temos acesso (há postes de luz por toda a cidade), o consumo de energia seria mínimo, para não dizer inexistente, já que as informações estariam na própria fonte luminosa, que continuará a utilizar a mesma quantidade de energia anterior.
Uma luz de LED é econômica e poderia transmitir dados
Contudo, a grande sacada é que, ao receber informações, os eletrônicos poderão utilizar a fonte para carregar a bateria ou diminuir o consumo de energia, já que é necessária uma célula solar para captar a luz.
É possível utilizar grande parte da infraestrutura já existente
Dessa forma, é viável utilizar grande parte da infraestrutura já existente para difundir a nova tecnologia, sem precisar de investimentos bilionários para colocar em prática a transmissão de dados. Seria possível instalar painéis solares no telhado de casa e receber dados diretamente do poste da sua rua, por exemplo.
Mitos e verdades do LiFi
Apesar de parecer uma ideia revolucionária, há alguns aspectos que devem ser levados em conta, além de alguns “problemas” que ainda não têm solução no momento. O primeiro, e mais importante deles é que o LiFi não é exatamente uma forma de “internet” da maneira que conhecemos e utilizamos.
Como você pode reparar no vídeo, a luz apenas transmite os dados do vídeo, mas em nenhum momento há um feedback, ou seja, um upload de dados de volta para a fonte. E, talvez, nem tenha como. Você pode receber um vídeo no seu celular, por exemplo, através do poste, mas não teria como enviar um sinal de luz de volta.
Ilustração do funcionamento do LiFi
Portanto, talvez seja uma maneira muito útil para enviar informações em massa (considerando o seu alcance e a sua velocidade) para locais mais afastados, mas não para navegar na internet da forma que conhecemos. Haas menciona que um feixe de laser poderia transmitir da estação de dados para uma residência, assim como o contrário também seria possível na teoria.
As informações poderiam ser transmitidas sem perda mesmo com pequenas obstruções na luz
Você pode se perguntar: mas e se estiver com névoa ou fumaça e a luz estiver fraca? De acordo com o pesquisador, a placa solar depende de uma quantidade mínima de visibilidade de luz para interpretar os dados. Portanto, a célula de captura de energia pode até não carregar (assim como não carrega à noite), mas ela ainda será capaz de streamar um vídeo, por exemplo.
Ainda é incerto como o LiFi poderá mesclar o que já conhecemos e nos ajudar no cotidiano, mas Haas crê que, em dois ou três anos, já veremos a tecnologia em uso no mercado. Talvez, com a internet das coisas mais consolidada no futuro, veremos carros com painéis solares que possam receber em tempo real informações de uma cidade inteligente, por exemplo. Entretanto, tudo ainda é especulação e teremos que esperar para saber o quanto ela poderá revolucionar a forma como vivemos.
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