Parecem pedras (Fonte da imagem: Reprodução/Wired)
Segundo os acordos internacionais que foram fechados entre o governo afegão e os Estados Unidos, as tropas americanas devem deixar totalmente o país até o ano de 2014. Isso, no entanto, não significa que a chamada Guerra ao Terror também deva acabar por aí.
A ideia é seguir investigando os líderes terroristas, monitorando áreas nas quais eles possam estar se escondendo ou agindo. E, para fazer isso, o exército precisa contar com ferramentas de espionagem cada vez mais impressionantes, como essa “pedra”, por exemplo, desenvolvida pela Lockheed Martin.
A ideia do dispositivo, chamado pela empresa de “Field and Forget” e conhecido pelo exército como “UGS – Unattended Ground Sensor” (sensor terrestre autônomo) —, é ajudar no monitoramento de regiões, estradas e vilarejos que possam abrigar quaisquer atitudes suspeitas.
De acordo com as informações trazidas pela Wired, o aparelho permite que o Pentágono consiga vigiar essas áreas sem ter nenhuma equipe terrestre presente no local. Assim, riscos de acidentes envolvendo erros humanos são reduzidos à praticamente zero.
Mais barato e menos violento
Normalmente, as guerras deixam para trás muita destruição e, pior ainda, combates silenciosos, que continuam acontecendo durante décadas por causa das minas terrestres instaladas em volta de campos e cidades.
Segundo a matéria, é por isso que os novos sensores da Lockheed Martin são tão eficientes. Além de trazer informações detalhadas sobre os locais, permitem que a vida na região siga o seu curso, sem que haja novas tragédias.
Além disso, o recurso mostra também a impressionante evolução da indústria bélica quanto ao desenvolvimento desse tipo de equipamento. Presente em pesquisas do exército desde 1966, essas unidades de espionagem sempre foram de tamanhos enormes e custavam fortunas exorbitantes.
Hoje, estes dispositivos são pequenos, se camuflam ao ambiente, e cada um custa menos de mil dólares. Pode parecer caro para algo que será “abandonado” no deserto, porém é um preço irrelevante se você levar em conta que um único tiro-guiado de artilharia custa cerca de 80.000 dólares.
E de onde vem a energia? Os UGSs são equipados com pequenos painéis solares capazes de lhe fornecer tudo o que for necessário para operar. E esses pequenos geradores (do tamanho de um selo) conseguem realizar mais de 80 mil ciclos de recarga.
Dispositivos são imperceptíveis (Fonte da imagem: Reprodução/Wired)
Para ajudar na hora de poupar o consumo dos aparelhos, todos funcionam em uma frequência bastante baixa, ou seja, somente monitorando a área. Dessa forma, o envio de sinais de alerta, que é o que consome mais energia, é feito somente quando for necessário. Isso significa que os dispositivos conseguem ter autonomia de vários meses, alguns chegando a ter anos de funcionamento ininterrupto.
Concorrência
Além da Lockheed Martin, outras empresas também vêm investindo pesado no desenvolvimento desse tipo de aparelho. A norte-americana Camgian Microsystems, por exemplo, diz que o seu aparelho funciona de maneira ainda mais eficiente.
De acordo com a companhia, os seus dispositivos contam com uma comunicação mais inteligente, entrando em contato diretamente com os satélites, sem nenhum tipo de intermediário. Além disso, a eficiência das suas baterias também seria impressionante: capacidade de realizar mais de 500 mil recargas, algo que permitiria um funcionamento de até 20 anos sem nenhuma falha de energia.
Escondidos no deserto (Fonte da imagem: Reprodução/Wired)
Já a Textron conta com tecnologias diferenciadas – e que atendem não só aos Estados Unidos, mas também a outro país ocidental “que não pode ser revelado”. A empresa desenvolve dois tipos de gadgets: um que fica na superfície e traz tamanho extremamente reduzido e outro maior, mas que fica enterrado no chão.
Isso é possível porque a tecnologia utilizada pela empresa é diferente e os seus sensores trabalham detectando qualquer tipo de abalo sísmico, como a vibração de um jipe passando por alguma estrada, por exemplo.
Fonte: Wired
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