Embora ainda esteja distante o dia em que guerras serão disputadas usando lasers, os Estados Unidos estão um pouco mais próximos de tornar isso uma realidade. Na última semana, a empresa de segurança Lockheed Martin anunciou o desenvolvimento de uma arma do tipo que usa um laser de 50 kilowatts para destruir alvos.
A novidade tem o dobro de potência do sistema que a companhia havia demonstrado em 2015 para danificar um caminhão localizado a 1,6 quilômetro de distância. O sistema combina diversos lasers de fibra ótica de baixa potência para produzir um raio único — solução que abre caminho para a criação de equipamentos ainda mais poderosos.
Os avanços da Lockheed Martin se juntam à informação divulgada na última sexta-feira (17) pelo Comando de Defesa e Mísseis do Exército norte-americano. A corporação anunciou nessa data os resultados de testes de desempenho de um laser montado em cima de um veículo de guerra, conduzidos entre fevereiro e março deste ano no estado do Novo México.
Com somente 5 kilowatts, o raio laser usado foi capaz de destruir os alvos usados pelo exército. “Conseguimos verificar e mostrar que conseguimos combinar um radar e um laser em uma plataforma para que ele detectasse sozinho alvos de maneira muito bem sucedida”, afirmou o oficial Adam Aberle em um pronunciamento oficial.
Rápido, preciso e mortal
Pesquisas relacionadas a armas laser ocorrem há décadas, mas até o momento elas só renderam alguns protótipos e sistemas de demonstração caros e inviáveis. O que atrai muitos para esse campo é o fato de que um raio laser não somente viaja na velocidade da luz, como também tem uma precisão muito maior que qualquer míssil ou bala.
Um laser de tamanho médio deve ser capaz de derrubar qualquer quantidade de drones em um período de tempo muito curto
Na teoria, o uso dessa tecnologia também permitiria que um exército tivesse munição “infinita” à disposição, dependendo somente de uma fonte de eletricidade para atuar. O contraponto é o fato de que a solução é muito suscetível a condições atmosféricas e que os equipamentos necessários são muito delicados, o que os torna impróprios para o campo de batalha.
“Um laser de tamanho médio deve ser capaz de derrubar qualquer quantidade de drones em um período de tempo muito curto porque eles são muito frágeis”, afirma Loren Thompson, COF do Lexington Institute, que pesquisa a tecnologia com financiamento de nomes como a Lockheed e a Boeing.
A previsão é a de que, caso a solução se torne viável para uso cotidiano do exército, ela deva inicialmente ficar restrita a instalações militares ou a navios de guerra. Isso deve garantir não somente uma fonte estável de energia como deve evitar danos causados por peças móveis — em outras palavras, dificilmente veremos soldados carregando pistolas laser em um futuro próximo.
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