Para celebrar os 25 anos de uma das máquinas mais belas e velozes do universo do automobilismo, a McLaren decidiu produzir um minidocumentário contando a história de como um carro icônico conseguiu redefinir o conceito de velocidade fora dos circuitos fechados. Afinal, trata-se de uma McLaren F1 que foi levada para as estradas alemãs, colocada nas mãos de um dos maiores pilotos de seu tempo e levada a nada menos que 386,7 km/h.
O feito foi tão marcante, tanto para a empresa quanto para a indústria como um todo, que o recorde alcançado no dia 31 de março de 1998 só foi batido pela primeira vez sete anos depois, com um Koenigsegg CCR que chegou a exatos 395 km/h. No episódio ocorrido há quase 19 anos, a equipe britânica resolveu perguntar para Andry Wallace, vencedor do Le Mans, quão rápida a F1 poderia ser. É claro que a resposta veio na forma de um acelerador colado ao assoalho, cheiro de borracha queimada e muito sangue frio.
"É pra ir rápido? Beleza!"
Velocidade e juventude
Vale notar que todo o projeto foi combinado e colocado em prática com muita rapidez e com uma empolgação surreal de todas as partes. Prestes a completar 56 anos, Wallace se lembra de receber uma ligação de um dos chefões da empresa com a seguinte proposta: “O que você acha de vir dirigir o carro MUITO rápido?”. Claro que ele nem pensou muito antes de aceitar o pedido. “Eu era bem novo – e estúpido – naquela época e disse que sim. Aí nós empacotamos tudo e fomos para a Alemanha”, recorda, com muito bom-humor.
Não é tão fácil quanto parece
“Hoje, com a minha idade, eu penso sobre tudo isso e digo para que as pessoas não tentem fazer algo assim. Não é tão fácil quanto parece”, brinca. Enquanto nas corridas mais longas e disputas oficiais a cabine de comando pede que o piloto faça testes ou ative e desative recursos do carro conforme o necessário, nas voltas que Wallace deu pelas estradas alemãs, só lhe foi pedido duas coisas: acelerar o máximo que pudesse e comentar a respeito de toda a situação. E assim ele o fez, dizendo exatamente onde ele estava tentando chegar.
Logo em suas primeiras tentativas ele conseguiu atingir a velocidade máxima de 388 km/h, mas não sem que um calafrio passasse pela sua espinha. Isso porque, em algum momento depois dos 300 km/h, o carro começou a “dançar” um pouco, o que fez o profissional se perguntar, assim que chegou aos 380 km/h, se não era melhor deixar a brincadeira nessa faixa mesmo – que já era absurdamente alta – e voltar para casa. “Novamente, sendo jovem e estúpido, eu pensei ‘não posso fazer isso’ e continuei pisando fundo”, explica.
Eventualmente, em sua melhor performance com a McLaren F1 naquele dia, Wallace conseguiu chegar à marca de 391 km/h, com direito à luz do combustível acendendo para mostrar que ele realmente tinha pisado o máximo que podia. A adrenalina nesse momento parecia tão alta que, ao estacionar o carro junto da equipe da McLaren, o piloto não conseguia parar de rir. Infelizmente, como o recorde é feito com base na combinação da velocidade máxima de cada volta, a marca histórica ficou “apenas” como 386,7 km/h.
Simplesmente o melhor
Voar baixo é para fracos!
Sua frase mais marcante ao final de tudo? “Ainda digo que esse é o melhor carro já construído de todos os tempos e provavelmente nunca vai ser batido”, disse Wallace enquanto desacelerava e passeava a meros 200 km/h pela pista. E aí, deu para ter um gostinho de como é dirigir uma dessas máquinas e ouvir a canção do seu motor? Deixe o seu comentário mais abaixo e diga qual é o carro clássico dos seus sonhos.
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