Com a ascensão dos veículos elétricos e híbridos, parece que os dias do simples motor de combustão estão cada vez mais contados. Agora, novidades vindas do país que inventou essa tecnologia parecem reforçar ainda mais essa tendência. O conselho federal que reúne representantes dos 16 estados da Alemanha, a Bundesrat, emitiu um documento recomendando que a União Europeia (UE) trabalhe para que não sejam mais feitos automóveis movidos a gasolina ou diesel até 2030.
A afirmação pode parecer ousada vinda de um país que tem na indústria automobilística um dos setores mais fortes de sua economia, mas a intenção da instituição é que essa transição seja feita de maneira a não afetar a prosperidade da UE. Na resolução, a Bundesrat pede que a Comissão Europeia (braço executivo da União Europeia) “avalie a eficiência das práticas e contribuições recentes dos Estados-membros na promoção de mobilidade com zero emissões [de gases nocivos]”.
A resolução foi aprovada por ambos os lados do espectro político alemão na Bundesrat
Sugestão do bem
Na prática, o texto aprovado com apoio de ambos os lados do espectro político alemão serve apenas como uma sugestão para a organização internacional. A intenção parece ser a de que um conjunto de estratégias e incentivos financeiros sejam usados para garantir que todos os novos veículos de consumo registrados a partir de 2030 sejam totalmente livres de gases poluentes.
Além de apoiar incentivos ao desenvolvimento de carros mais limpos, a Bundesrat também recomenda que emissões de ferrovias e navios também sejam levadas em consideração. Em adição a isso, a instituição estimula a criação de subsídios para melhorias em meios de transporte públicos e para a criação e aprimoramento em soluções de compartilhamento de automóveis, motos e bicicletas.
Foto atual das ruas de Berlin, na Alemanha
Hora da verdade
A resolução é um passo interessante, mas vale ressaltar que ela não se aplica diretamente a setores como indústria e agricultura, que contribuem com boa parte dos poluentes que lançamos na atmosfera hoje. Caso o plano seja executado como previsto, espera-se que o setor de mobilidade consiga efetivamente zerar suas emissões de gases carbônicos até 2050.
Até pouco tempo atrás, a maior parte da Europa apostou no diesel como principal combustível, decisão que se mostrou particularmente errada depois de revelações de que algumas companhias estavam trapaceando em seus testes de emissão de poluentes. Faz sentido ver todos os estados alemães apoiando a medida, até como uma forma de se redimirem com relação a todo esse problema.
Será que as fabricantes vão apoiar a resolução? Só o tempo dirá
Agora resta apenas saber se as fabricantes propriamente ditas vão se mostrar realmente dispostas a seguir para um futuro mais elétrico, ou se tentarão lutar de alguma forma contra a aprovação de medidas para banir o uso de combustíveis fósseis. Só o tempo dirá.
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