O mercado de informática evoluiu muito na última década, trazendo praticidade e facilidades para o consumidor. Todavia, hoje, ainda há muitas pessoas que fazem questão de “montar” seus computadores.
A possibilidade de escolher cada peça, buscar informações na web e participar de discussões em fóruns é uma tarefa rotineira e muito prazerosa para os fãs de hardware.
A verdade é que aqueles que correm atrás de análises e gostam de opinar sobre o tema acaba conhecendo uma grande variedade de marcas de componentes de hardware, desde os mais simples até os mais robustos.
Entretanto, com tantos nomes e modelos, muita gente fica se questionando o que faz uma fabricante ser melhor do que outra. Afinal, um produto de uma marca mais cara é apenas sinônimo de status ou há algum valor agregado por conta de melhorias nos componentes?
Nesta conversa com o pessoal do TecLab, falamos justamente sobre os componentes “vagabundos” que existem no mercado e algumas sacanagens que são constantes e prejudicam somente o consumidor. Se você é do tipo que é apaixonado por hardware, vale acompanhar nosso bate-papo e descobrir algumas falcatruas para ficar ligadão.
Classes de componentes
A primeira coisa a ser colocada em pauta é a questão da qualidade. Todo componente do computador — seja uma fonte, placa de vídeo ou um HD — é composto por uma série de pequenas peças eletrônicas (transistores, capacitores, resistores, indutores, CIs e outras).
Essas peças que estão ali dentro trabalham em conjunto para fazer a mágica acontecer, mas cada uma tem suas respectivas tarefas. Acontece que existem diversos tipos e categorias de um mesmo item, sendo que é justamente essa diversidade que diferencia e indica quando um ou outro é apropriado para determinada situação.
Você pode ter dois capacitores que na aparência são muito similares, mas que na prática acabam sendo muito distintos, tudo porque a construção é completamente diferente. Na eletrônica, todo o processo de fabricação, desde o tipo de material utilizado, faz toda a diferença.
Uma fabricante que usa ouro em seus componentes, por exemplo, pretende entregar uma peça capaz de conduzir melhor a eletricidade, garantindo bons resultados na passagem de corrente. Outra que opte pelo cobre pode oferecer funcionamento similar, mas não necessariamente entregará uma peça capaz de trabalhar nas mesmas condições.
Um caso muito recorrente nas placas de vídeo
Durante nosso bate-papo, o overclocker Ronaldo Buassali comentou justamente sobre essa diferença de componentes em placas de vídeo. Como a equipe do TecLab analisa uma grande variedade de placas de vídeo e tem conhecimento sobre a fabricação desse tipo de dispositivo, eles puderam nos contar em detalhes como funciona a separação dos chips gráficos.
De acordo com Buassali, existem processadores de vídeo que são especialmente selecionados para placas de vídeo mais robustas. Esses chips podem trabalhar com overclock, resistir a temperaturas mais elevadas e entregar desempenho superior em uma série de situações.
Tais itens são separados na “classe A” e são destinados principalmente para placas como as da série Classified da EVGA, a Matrix da ASUS ou a Hall of Fame da Galax. É importante perceber, contudo, que placas desse naipe não custam mais só por conta dos chips mais robustos, mas também têm seu valor aumentado por suas tecnologias e demais componentes.
É evidente que um sistema de refrigeração superior (mais silencioso, que consome menos e mais eficiente) usado somente em placas específicas vai acabar causando diferenças no preço do produto. Da mesma forma, o uso de dissipadores de cobre, capacitores especiais e outros adicionais acabam causando essa diferença. Trata-se de um investimento que a fabricante faz para levar um produto mais poderoso ao consumidor que busca o máximo em desempenho.
Pois bem, assim como temos as placas mais top, também temos modelos intermediários e outras que apenas cumprem o básico. Esses dispositivos são classificados respectivamente nas classes B e C, sendo que há muitas limitações tanto na qualidade de construção quanto no funcionamento. O próprio Buassali comenta que já viu placas mais simples que não trazem alguns capacitores ou determinados setores.
Cuidados na hora da compra
Aproveitando a temática, entramos na questão das peças “refurbished”, que são muito comuns no mercado, mas que é de desconhecimento de uma boa parcela dos consumidores. A verdade é que algumas lojas “malandras” que montam computadores aproveitam a inocência de alguns e simplesmente enviam peças recondicionadas para o comprador.
Se aproveitando do fato de que “o computador vai funcionar normalmente e ninguém vai perceber”, alguns vendedores usam esse tipo de artimanha para economizar na montagem e lucrar ainda mais em cima do cliente.
De fato, peças recondicionadas são aquelas que, após algum defeito, voltaram para a fabricante e foram reparadas, de modo que estão aptas para o funcionamento normal. Acontece que, na prática, a história pode ser bem diferente.
Um produto refurbished não é algo completamente novo e tende a tem propensão a ser uma grande dor de cabeça em caso de alguma falha. Entretanto, o problema na venda desse tipo de peça não é este — já que existem pessoas que realmente têm interesse em componentes mais baratos —, mas é vender algo que não foi combinado para o consumidor.
A sacanagem fica ainda maior considerando que a pessoa que comprou geralmente não pode abrir a máquina, já que isso acarretaria na perda da garantia. Uma dica, nesse caso, é utilizar aplicativos como o CPU-z e semelhantes que identificam os componentes instalados e permitem ter uma ideia se o modelo instalado é aquilo que foi prometido.
Essa questão é apenas uma das que você deve ficar ligado. No vídeo, nós comentamos sobre outros detalhes aos quais você deve estar sempre antenado para não ser enganado. No fim das contas, é preferível comprar em lojas conhecidas, que você saiba a procedência dos produtos e possa contar com a garantia quando necessário.
Fiquem ligados que em breve teremos outras conversas com o TecLab aqui no TecMundo!
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