Pelo título deste artigo, você já pode imaginar que o TecLab, laboratório especializado em análise de hardware e overclocking, fez mais alguma de suas loucuras.
Dessa vez, eles prepararam uma caríssima GTX Titan X para o máximo, modificando-a totalmente. Isso é necessário para que se possa trabalhar sem limites quando em situações extremas de overclock.
Acontece que, nesses casos, tudo pode acontecer e, dessa vez, o inesperado tomou parte na história.
Segundo os overclockers Ronaldo “rbuass” Buassali, campeão de overclocking, e seu parceiro, Jacson “bros” Schenckel, a placa literalmente pegou fogo depois das modificações.
“Fizemos centenas de placas assim — as chamadas ‘zombies’ — com sistema de alimentação modificado e nunca vimos isso. Após ter sido testada e estar funcionado perfeitamente por alguns minutos, nossa esperança desabou”, comentou Buassali.
Ele ainda nos contou que “subitamente subiu faísca e a placa começou a chamuscar”, alegando que se conformou com a situação, já que isso faz parte da vida do overclocker. Entretanto, os dois não podiam desistir depois de tanto trabalho e de uma esperança tão grande de sucesso.
Logicamente, o intuito deles é a quebra de recordes mundiais em testes 3D, algo que tantas vezes conseguiram, mas o que fizeram depois que a placa simplesmente pifou?
“Tentamos identificar o problema e nada. A placa continuava em curto total, pois ao ter derretido a placa de circuito impresso, as camadas devem ter se unido. Mas não desistimos. Em vez de uma Zombie, resolvemos cortar a parte defeituosa, tomando cuidado para não encostar as camadas e a substituímos. Criamos a primeira ‘prótese’ para placas de vídeo”, relata o overclock dando gargalhadas do ocorrido.
Para você ter uma noção do qual complexa é a montagem desse tipo de placa, repassamos o texto abaixo com informações detalhadas sobre como eles criaram esse monstra, mas, atenção, não faça isso em casa!
Parte 1 - Criando uma Zombie
1. Desmontagem do cooler original;
2. Proteção da placa contra acidentes e respingos de solda;
3. Remoção dos indutores da GPU (bobinas);
4. Troca e edição de BIOS (Basic Input Output System) para impedir quedas de frames em condições de extrema temperatura;
5. Fechamento dos fusos para quebra de limites (demanda de corrente);
6. Remoção de resistor de controle (SMD) da tensão da memória e substituição por um trimpot (trimmer potentiometer) para seu controle;
7. Colocação de ponto de leitura de tensão da memória;
8. Remoção de resistor de controle (SMD) da tensão do PLL substituição por um trimpot (trimmer potentiometer) para seu controle;
9. Colocação de ponto de leitura de tensão do PLL;
10. Corte da trilha do PowerGood (pin 3), do CI PWM, para desativação de fases originais;
11. Raspagem do PCB para aumento de áreas de contato (+ positivo e terra);
12. Ligação de uma Power Board (placa de alimentação),com grande quantidade de cabos e chapas metálicas;
13. Confecção de painel de controle para ajuste e leitura de tensões.
Parte 2 - Fazendo a prótese na placa de vídeo
1. Remoção da Power Board e de todos os circuitos danificados;
2. Teste para averiguação de curto circuito;
3. Constatação incondicional de reparo dos circuitos (GPU, VRAM, PLL);
4. Remoção de todos os mosfets e componentes para averiguação da possibilidade de reparo (e constatação de que não seria possível);
5. Amputação de parte da placa;
6. Remoção dos indutores originais das memórias;
7. Remoção do indutor original do PLL;
8. Ligação em 3 circuitos diferentes da Power Board (GPU, VRAM e PLL).
Para todos os procedimentos, os overclockers recomendam que se utilize o monitoramento das resistências de GPU, VRAM e PLL, pois elas não podem ter grandes alterações, independente das condições da placa.
Além disso, é importante deixar a temperatura da placa esfriar (o calor intenso altera as resistências) e, após isso, as resistências devem permanecer as mesmas, indicando o funcionamento dos três subsistemas.
De acordo com eles, a maior lição é não desistir se houver alguma chance. Todo esse trabalho a mais fez valer a pena, mas da mesma forma, além de pensarem que seria irrecuperável, poderiam também ter o trabalho dobrado para nada (e se não funcionasse?).
São muito raros os profissionais que executam alterações nesse nível, e fazer Zombies não é para qualquer um, mas fazer dela uma prótese é algo ainda mais inovador por parte da equipe do TecLab.
“Trabalhamos umas 20 horas na placa, e eu teria de viajar no dia seguinte para os EUA. Tudo que queríamos era ver se ela ligava, mas podem esperar para breve os seus resultados”, informou Buassali. Portanto, fiquem atentos, pois eles prometem não somente mostrar do que a placa é capaz, como também divulgar um vídeo explicativo sobre os procedimentos.
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