RT x Pro: qual você quer? (Fonte da imagem: Reprodução/Ars Technica)
O mais novo tablet da Microsoft, o segundo da história, já foi analisado pela imprensa internacional e está deixando impressões que podem fazer do seu predecessor um “esquecido”. O desempenho não está incomodando ninguém, a bateria continua boa e a tela está bem melhor, mas alguns probleminhas deixaram o Surface Pro com a cara de um verdadeiro ultrabook disfarçado de tablet.
O que chama muito a atenção, entretanto, é que os problemas com o sistema operacional, o grande calcanhar de aquiles do Surface RT, não estão presentes no Surface Pro. Por que será? A resposta mais rápida na qual se pode pensar é que o Windows 8 está rodando com um Intel i5 Ivy Bridge na arquitetura x86/64, a casa mais tradicional do SO da Microsoft.
Na prática, o novo híbrido de tablet e ultrabook está dividindo opiniões sobre o que é bom e o que é ruim. Mas, no geral, ele está se saindo melhor que o RT — em determinados aspectos, claro. Sendo assim, confira as principais impressões que o segundo tablet da Microsoft está deixando.
Ele chega em 9/2 e é um pouco mais gordinho que o antecessor. (Fonte da imagem: Reprodução/Gizmodo)
Gizmodo
Para o pessoal do Gizmodo, o produto da Microsoft é simplesmente a expressão do futuro. Não por ele ser um híbrido, mas por ter sido construído do zero, sem influências dos padrões atuais para computadores.
Fora isso, a tela é linda (contando com resolução Full HD) e a bateria é surpreendentemente boa, principalmente se levarmos em conta o processador Intel. Ainda assim, a duração dela não chega a ser um destaque se comparada à de tablets tradicionais como os modelos da Apple e Samsung. Por fim, o produto é extremamente bem feito.
Talvez pela pegada futurista, alguns problemas apareceram. O site diz que você não vai querer usar a Touch Cover ou Type Cover enquanto está no sofá e na cama, porque simplesmente não vai dar muito certo. Afinal, estamos lidando aqui com o Kickstand, que não é o melhor apoio para essas horas. Fora isso, a caneta stylus pareceu muito deslocada, já que o SO foi todo projetado para toque com os dedos — fora o modo Desktop.
Para que serve a caneta? (Fonte da imagem: Reprodução/Gizmodo)
ArsTechnica
O pessoal desse portal que analisou o Surface Pro fez questão de mostrar as especificações do produto. Tudo parecendo muito bom, mas o detalhe do armazenamento interno não pôde ser ignorado. O sistema operacional, o Office 2013 pré-instalado (sem licença) e o espaço reservado para recuperação do sistema “comem” boa parcela do SSD do tablet.
Fora isso, foi comentado também do processador Core i5-3317U, o mesmo que podemos encontrar em ultrabooks comuns, como os Dell XPS 13/14, ASUS Zenbook e outros. Ou seja, a Microsoft não quis arriscar e usar modelos mais compactos e acabou por ter que deixar o Surface Pro um bocado mais gordo que o irmão menor.
Com isso, as entradas e saídas de ar tiveram que aparecer e trazer junto o barulho e um bocado de calor se compararmos com a versão RT do tablet, que não tinha esse problema. Fora isso, eles encontraram também uma dificuldade com o escalonamento das imagens no IE 10 e no modo desktop em geral, que pareceu muito pequeno para a tela de 10 polegadas.
Ele tem saídas de ar e faz um pouco de barulho. (Fonte da imagem: Reprodução/Ars Technica)
Ainda assim, os elogios não foram poupados: a tela do aparelho parece realmente boa, gerando ótimos comentários; a possibilidade de usar apps comuns de Windows 8/7 foi exaltada; e a qualidade do material continua impecável, como no RT. Aqui, a funcionalidade da Touch Cover e Type Cover foi elogiada, diferente do Gizmodo, sendo que funciona muito bem, exceto pelo touchpad.
CNet
O pessoal da CNet resolveu comparar o Surface Pro com seus concorrentes, os híbridos feitos pelas parceiras da Microsoft rodando o Windows 8 x86/64, e chegou a uma conclusão: o Surface Pro é o melhor híbrido entre tablet e ultrabook já produzido, sendo que conseguiu combinar bem o Windows 8 completo com um processador i5. Além disso, os teclados do aparelho são de longe os melhores do tipo.
Toda essa excelência, entretanto, custa um alto preço — US$ 1,1 mil com as melhores configurações mais Type Cover. Isso nos leva a pensar nos reais motivos para se usar o dispositivo. Se for para substituir o seu iPad, Galaxy Note e outros, é melhor pensar um pouco mais sobre o assunto, já que estamos falando do dobro do preço.
Dessa maneira, para deixar o preço transparecer, dispositivos como o Acer Iconia W700 e o Samsung SmartPC Pro 700T foram mencionados como alternativas de desempenho similar. Já se esse quesito não é o que você está procurando, produtos como o Dell Latitude 10, Acer W510 e Lenovo ThinkPad Tablet 2 carregam um Intel Atom e custam bem menos, além de rodar o mesmo Windows 8 Pro.
(Fonte da imagem: Reprodução/CNet)
The Verge
Para os analistas do The Verge, a Microsoft tinha a missão de limpar sua imagem construindo um dispositivo perfeito para ser híbrido, com bom desempenho e ótima aparência. De fato, foi um belo trabalho, e a tela aparece novamente muito elogiada, com ótima reprodução de cores, grandes ângulos de visão, além de uma resolução muito boa.
A caneta do Surface Pro parece não ser tão inútil como o pessoal de outros sites acredita ser. Ela funciona bem com a tela e é ótima para desenhar e fazer anotações, mas o fato de não ficar muito bem presa ao dispositivo incomodou bastante.
A respeito de desempenho, nenhum problema foi mencionado. Parece que o Windows 8 realmente encontrou seu “dispositivo ideal”, já que tudo funciona de forma rápida e sem travamentos. O barulho e o calor não incomodaram o pessoal do The Verge, mas ainda assim é possível notá-los.
A instalação do Windows e das ferramentas adicionais foi novamente apontada como uma vilã, ocupando 41 GB de espaço do disco. Dessa forma, se for comprar um, opte pelo de 128 GB para garantir. Por fim, a nota atribuída ao dispositivo ficou em 7,5, mais por conta da impossibilidade de se usar o Surface no colo e em demais locais onde não existem mesas do que por outra coisa.
(Fonte da imagem: Reprodução/The Verge)
VB
O VB preferiu comparar o Surface Pro com o dispositivo mais similar a ele que existe, o próprio Surface RT. Não fossem os gargalos de desempenho, não haveria discussão sobre o assunto e o modelo RT seria de fato o mais aclamado, mesmo rodando em arquitetura ARM.
Mas como o Pro resolveu aparecer com um desempenho muito melhor, sendo compatível com qualquer app desenvolvido para Windows e um modo desktop que pode ser útil de fato, ficou fácil saber qual dos tablets é o melhor.
A combinação de poder e portabilidade do Surface Pro foi o que mais agradou. Mesmo assim, a quantidade limitada de apps para a interface da Tela Iniciar (antiga Metro UI) do Windows 8 foi um dos gargalos apontados pelos editores. Além disso, a forma estranha de se usar o Surface fora de uma mesa também contou alguns pontos negativos.
Slashgear
O Slashgear analisou dispositivo e partiu para as comparações com o modelo RT. O Surface Pro é mais pesado, mais grosso e conta com uma tela incrivelmente melhor. A usabilidade da caneta do dispositivo foi elogiada, mas a forma como ela cai constantemente do tablet contou alguns pontos negativos.
Levando em consideração as configurações do aparelho, nenhum problema de desempenho foi notado no Surface Pro. Tudo fluiu corretamente nos testes do Slashgear, mas a capacidade de armazenamento foi criticada.
Por fim, a duração da carga da bateria foi um destaque. Com execução de mídia sem interrupções, o Surface Pro conseguiu uma média entre 4,5 e 5 horas sem mostrar fraqueza.
(Fonte da imagem: Reprodução/Slashgear)
Levando todas as análises em consideração, fica evidente que o segundo computador da Microsoft realmente não deve decepcionar aqueles que não se importam com as implicações do design, que impedem a usabilidade em determinados locais.
O desempenho não incomoda. Quem comprar o aparelho vai gastar bastante dinheiro, mas não deve passar por problemas como o que aconteceu com a versão RT do produto. Sendo assim, é só esperar o híbrido estrear no mercado brasileiro para dizer se vale ou não a pena gastar com o tablet. Contudo, isso pode demorar, já que nem o RT apareceu em terras brasileiras ainda.