De acordo com o site BBC News, uma pesquisa realizada por Kalev Leetaru, da Universidade do Illinois, revelou que o supercomputador SGI Altix (também conhecido como Nautilus e localizado na Universidade do Tennessee) é capaz de ajudar a prever acontecimentos internacionais, como revoluções e conflitos.
Para realizar as projeções, a máquina analisa duas características básicas nas reportagens: o sentimento e a localização. Em relação ao “sentimento”, o PC verifica se as notícias são positivas ou negativas – buscando por palavras como “agradável”, “terrível” e “horrível”.
O supercomputador Nautilus processando os milhões de artigos. (Fonte da imagem: RDAV/BBC News)
Por sua vez, no que concerne à “localização”, o supercomputador seleciona citações de nomes de cidades e converte-as em coordenadas – as quais são transcritas dentro de um mapa relacional.
As informações que alimentaram essa pesquisa foram coletadas de fontes que monitoram a imprensa mundial, como o BBC Monitoring e o Open Source Centre (mantido pelo governo dos EUA). Outros serviços foram utilizados para fomentar o estudo, incluindo sites de notícias – como o arquivo digital do The New York Times, que possui matérias desde 1945.
Ao total, a pesquisa analisou mais de 100 milhões de textos, gerando uma rede analítica com mais de 100 trilhões de interconexões. Para processar tanta informação sem levar meses ou anos, o Nautilus pode trabalhar com trilhões de operações de ponto flutuante por segundo (FLOPS) – atingindo até 8,2 teraflops.
Nautilus percebeu a mudança brusca nos sentimentos em torno do presidente egípcio Mubarak. (Fonte da imagem: Getty/BBC News)
O sistema foi capaz de “revelar” a queda do presidente árabe Hosni Mubarak e indicar a região onde possivelmente Osama Bin Laden estava escondido, informando uma área de 200 km2 em que o terrorista poderia permanecer intocável.
Apesar de o estudo ter abordado apenas análises retrospectivas, ou seja, com eventos já ocorridos, os cientistas afirmam que o processo pode antecipar manifestações ou conflitos que irão acontecer.
“É algo muito parecido com as previsões econômicas feitas por algoritmos. Você sabe a direção que um investimento teve nos últimos tempos e quer saber o que vai acontecer em seguida. (...) Eu a comparo com a meteorologia. Nunca é perfeita, mas é melhor do que palpites aleatórios”, comentou Leetaru. O estudo foi publicado na revista científica First Monday.
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