Steve Jobs, fundador da Apple e importante nome na indústria de entretenimento eletrônico, foi “evocado” em uma série de processos movidos contra a empresa. As ações correm nos tribunais norte-americanos há mais de 10 anos e têm relação com o iPod, que teria coibido os usuários de utilizarem serviços de músicas que não fossem da Apple.
De acordo com a acusação formal, a companhia teria utilizado um estratégico upgrade no software DRM do iTunes para impedir que os usuários do icônico iPod baixassem música da biblioteca da Real Network ou de qualquer outra rede rival. O dispositivo só executava canções vendidas pela iTunes Store ou transferida de CDs.
Réu no processo, a Apple, se classificada como culpada, terá de arcar com a bagatela de US$ 350 milhões, valor que, de certa forma, é um “aperitivo” à empresa, que fatura valores exorbitantes na casa dos trilhões de dólares anualmente (em escala mundial). Nem mesmo as relações públicas seriam afetadas pelo processo iniciado em 2004, uma vez que, atualmente, a Apple é bem diferente do que 10 anos atrás.
E-mails de Jobs: problemas
Os e-mails de Steve Jobs vão exercer papel fundamental para que a Apple se esquive da acusação ou se afunde nela. Algumas das evidências que a empresa quer apresentar para provar sua inocência perante os consumidores podem estar no correio eletrônico do dono da maçã. “Vamos apresentar evidências de que a Apple agiu para bloquear seus concorrentes e, no processo, prejudicou a concorrência e os consumidores”, disse Bonny Sweeney, principal advogada dos queixosos, ao New York Times. A empresa nada comentou sobre isso.
Alguns desses polêmicos e-mails chegaram ao conhecimento do público. Um deles, enviado de Jobs a outros executivos da Apple em 2003, cita o Musicmatch, empresa de software que, à época, planejava abrir uma loja de música. “Precisamos nos certificar de que, quando a Musicmatch lançar sua loja virtual de músicas, eles [os usuários] não possam usar o iPod. Isso será um problema?”, indagou Jobs.
Em outro e-mail, aberto em documentos da corte de outro caso, o chefão pede ao CEO da Google, Eric Schmidt, que pare de abordar membros da equipe da Apple. “Me disseram que o novo grupo de softwares de celulares da Google está recrutando pessoas de nosso grupo responsável pelo iPod. Se isso for verdade, vocês podem dar um fim na questão?”, teria escrito Jobs.
Alguns executivos importantes da Apple devem comparecer aos tribunais nos próximos dias, incluindo o chefão de marketing da companhia, Phil Schiller e Eddy Cue, que hoje cuidam do iTunes. É bem possível que esses nomes estejam lá para tentar proteger a imagem e a reputação de Steve Jobs.
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