Sony Xperia XA1: review/análise

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Imagem de: Sony Xperia XA1: review/análise

A Sony anunciou recentemente que não vai mais continuar com a sua linha de smartphones premium, categoria em que se encaixam o Xperia X e o X Compact e que ficava entre os intermediários e os dispositivos top de linha da empresa. No entanto, isso não quer dizer que a empresa vai se focar apenas nos celulares mais poderosos e vai deixar de trabalhar com aparelhos para quem não quer algo básico demais, mas também não está disposto a pagar por algo muito mais avançado.

Prós
  • Câmeras ótimas para um intermediário
  • Android praticamente puro
  • Bom desempenho
  • Construção sólida
  • Dual-SIM verdadeiro e entrada micro SD
Contras
  • Bateria fraca
  • Tela inferior à da concorrência
  • Preço elevado para o que é oferecido
  • Posição ruim da saída de som
  • Design “quadrado”

Foi pensando exatamente nesse tipo de cliente que a empresa acaba de trazer ao Brasil o intermediário Xperia XA1, que é o sucessor direto XA, lançado em 2016. De um ano para cá, o aparelho passou por uma mudança razoável de design e teve seu hardware bastante atualizado, mas será que o resultado é bom o bastante para justificar o preço que a companhia japonesa está cobrando por ele? É o que você vai conferir agora em nossa análise.

Visual quadradão

As dimensões do XA1 não mudaram quase nada com relação ao XA, mantendo o mesmo estilo esticado na vertical que dispositivo do ano passado tinha. Ainda assim, é fácil notar diferenças no design dos dois se eles forem colocados lado a lado. O smartphone mais recente vem com um estilo mais “quadrado”, que para mim passou uma impressão de que o celular é antiquado. Além disso, as bordas superior e inferior são muito grandes e acabam desagradando.

Mas por mais que o design quadrado possa parecer incômodo, o fato é que o formato estreito e as bordas laterais ligeiramente arredondadas ajudam a melhorar a pegada do aparelho, que acaba se encaixando bem para uso com apenas uma mão. E mesmo com a traseira lisa, o celular não é escorregadio.

Obviamente, gostar ou não do visual é uma questão de preferência pessoal, então você mesmo vai ter que decidir se curte ou não. Mas se a aparência é algo subjetivo, a qualidade da construção não é, e aqui o XA1 se sai bem. A carcaça de metal é bem rígida e parece ser muito resistente, e a tela tem a proteção do Gorilla Glass, então você pode ficar relativamente tranquilo se derrubar o aparelho de vez em quando. Só não abuse da sorte e não ache que ele é à prova-d’água, porque não é.

Tela apenas OK

O display tem resolução HD, enquanto concorrentes mais baratos já vêm com Full HD

A tela do Xperia XA1 tem 5 polegadas e é feita com um painel IPS LCD capaz de gerar imagens com resolução HD (1280x720 pixels). As imagens têm um bom nível de detalhes, assim como cores e brilho com intensidade agradável. No entanto, nesse quesito é difícil não sentir que está faltando algo no intermediário da Sony, especialmente se o compararmos aos concorrentes diretos.

Enquanto o dispositivo da fabricante japonesa se limita à resolução HD, é fácil encontrar rivais com preços consideravelmente menores que oferecem qualidades maiores. É o caso do Moto G5 Plus e do Redmi Note 4X, por exemplo, que vêm com displays Full HD. Se considerarmos aparelhos na mesma faixa de preço ou apenas um pouco mais caros que o XA1, então é possível até achar telas Super AMOLED com resolução maior que a do celular da Sony.

Evolução no hardware

No que diz respeito ao hardware, é possível afirmar que o XA1 representa uma evolução do seu antecessor em praticamente todos os sentidos. A Sony trocou o processador MediaTek P10 da geração anterior pelo P20 da mesma fabricante. Embora os dois sejam octa-core, o mais atual vem com clocks maiores, trazendo quatro núcleos de 2,3 GHz e outros quatro de 1,6 GHz.

Além disso, o modelo de 2017 tem 1 GB a mais de RAM do que o antecessor, chegando a um total de 3 GB, e o seu armazenamento interno dobrou, ficando na casa dos 32 GB – expansíveis em até 256 GB com cartão micro SD. Na prática, isso quer dizer que o celular funciona muito bem no uso cotidiano e pode carregar muitas fotos, vídeos e aplicativos. O XA1 é rápido na hora de abrir, fechar e trocar de apps, mesmo quando há jogos pesados envolvidos.

Falando em jogos, o aparelho não sofreu nem um pouco para rodar títulos com gráficos exigentes, como Mortal Kombat, Asphalt Xtreme e Mobius Final Fantasy, embora o último tenha funcionado com qualidade gráfica ligeiramente reduzida. Também não notamos queda de frames em games que rodam a muitos quadros por segundo, como Horizon Chase. Você vai poder jogar o que quiser sem grandes problemas.

Benchmarks

Para podermos comparar o desempenho do Xperia XA1 ao de alguns concorrentes, o aparelho foi submetido a três aplicativos de benchmark. Os testes utilizados foram o 3D Mark (Ice Storm Unlimited), o AnTuTu Benchmark 6 e o Vellamo Mobile Benchmark (HTML5 e Metal).

O 3D Mark oferece uma série de testes para benchmark de smartphones. Entre eles, o Ice Storm Unlimited permite comparar diretamente processadores e GPUs. A resolução do display é um fator que pode afetar o resultado final. Quanto maior a pontuação, melhor o desempenho.

O app AnTuTu 6 permite testar interface, CPU, GPU e memória RAM dos dispositivos. Os resultados são fornecidos individualmente e somados para gerar uma pontuação total. E aqui também a máxima para os pontos: quanto mais, melhor.

O Vellamo Mobile Benchmark aplica dois testes aos smartphones, avaliando o desempenho do celular durante o acesso de conteúdo na internet por meio de navegadores no primeiro e a performance do processador no segundo. Novamente, números maiores indicam resultados melhores.

Android sem firulas

Quanto ao software do Xperia XA1, não temos qualquer reclamação. O celular vem com o Android 7.0 Nougat de fábrica e atualizações de segurança não parecem demorar muito para serem enviadas pela Sony. A interface escolhida pela fabricante é bem próxima da versão pura do sistema operacional da Google, e a utilização se torna bastante intuitiva para quem está acostumado com as versões mais “puras” da plataforma.

O Xperia XA1 vem com uma interface bem próxima do Android 7.0 Nougat puro

Uma das diferenças mais visíveis no Android do aparelho da Sony é a organização dos ícones dentro da gaveta de aplicativos. Por padrão, os apps ficam agrupados em uma ordem personalizável que funciona de forma muito similar às páginas da home do celular, mas é possível escolher opções para que ela seja reorganizada por ordem alfabética ou para que sejam mostrados primeiro os apps mais usados por você.

Câmeras boas

A câmera traseira do Xperia XA1 tem 23 MP, sensor Exmor RS de 1/2,3 polegadas, HDR, flash LED, lente grande-angular de 23 mm e f/2.0, o que permite que ela produza imagens com ótima resolução. O foco automático híbrido geralmente funciona bem, mas nos poucos momentos em que ele não estiver colaborando você pode tocar no ponto onde quer focar para dar um empurrãozinho na direção certa.

As cores das imagens são ricas, e o modo manual dá várias opções para você afinar a captura de acordo com as suas necessidades. O software da câmera também tem vários efeitos no estilo Instagram para fotos e vídeos, mas isso está mais para uma curiosidade do que algo que você provavelmente vai usar muito. Em geral, a qualidade da câmera traseira do XA1 está acima da média dos smartphones intermediários.

A câmera frontal também é boa, com 8 MP, sensor Exmor RS de 1/4 polegada, lente grande-angular de 23 mm e f/2.0, mas sem flash. O ângulo de visão reduz as chances de você ter problemas para fazer caber todo mundo na hora das fotos em grupo, e as selfies também ficam com boa qualidade mesmo em ambientes um pouco mais escuros. Só não espere milagres se a iluminação estiver muito ruim.

Na hora de gravar vídeos, o resultado também é bom, mas a resolução se limita aos 1080p@30fps – nada de 4K, infelizmente. Uma coisa particularmente legal é o recurso Steady Shot, que estabiliza a gravação para reduzir o efeito de tremidas ou chacoalhões. Pessoas como eu, que tremem praticamente o tempo todo, certamente vão gostar desse tipo de recurso.

Bateria fraca

O Xperia XA1 vem com uma bateria de apenas 2.300 mAh. Se você achou que isso é pouco, é porque é mesmo. No nosso teste de reprodução contínua de vídeo, o celular conseguiu se manter funcionando por apenas 7 horas e 41 minutos. Isso rolou em condições de stress, é claro, e com uso moderado no cotidiano o aparelho até consegue aguentar o dia inteiro fora da tomada, mas talvez seja uma boa ideia ter um power bank, só por segurança.

Vale mencionar que o sistema da Sony vem com o chamado modo Stamina, que promete aumentar consideravelmente a vida útil da bateria do aparelho. Ainda assim, ligar a funcionalidade econômica significa que muitos recursos do dispositivo ficam desativados enquanto ele estiver em stand-by, o que não é o ideal. Pelo menos o XA1 vem com carregamento rápido por meio de sua porta USB Type-C, então basta pouco mais de 1 hora e meia na tomada para voltar para 100%.

Extras

Se falássemos apenas do áudio do Xperia XA1, daria até para achar que o smartphone foi feito por uma fabricante chinesa, porque os tipos de problemas costumam ser os mesmos nos dispositivos de lá. A saída de som até que é boa e não distorce muito o áudio, mas a posição dela na parte inferior vai fazer sua mão frequentemente abafar o som quando você estiver curtindo um vídeo ou um game no modo paisagem.

Outra questão relacionada ao áudio diz respeito aos fones de ouvido. Nos últimos anos, a Sony adotou a prática de não incluir esse tipo de acessório na caixa de seus celulares, e o aparelho que recebemos para análise também não veio com um. No entanto, buscas feitas recentemente em revendedores online indicam que a fabricante agora está vendendo o XA1 junto com fones de ouvido. Dessa forma, você pode ficar tranquilo de que vai receber fones de ouvido com o celular, mas não temos como avaliar a qualidade do acessório.

Por outro lado, existe um defeito comum nos celulares chineses que a Sony não repetiu no seu aparelho intermediário. O XA1 tem espaço separado para os seus dois nano SIM e para o cartão micro SD, então você não vai ter que escolher se usa um segundo chip de operadora ou expande a memória do aparelho. Dá para fazer as duas coisas ao mesmo tempo sem problemas.

Pelo menos assim você não vai ter que ficar tirando e colocando a bandeja com frequência, porque isso não é nada fácil no celular da Sony. Isso acontece porque o smartphone não dispõe de um sistema que facilite a remoção da peça; existe apenas uma pequena fenda que dá pouco suporte para você puxar a bandeja. Se você não tiver unhas grandes, é bom ter algo pontudo por perto para conseguir colocar seus cartões.

Vale a pena?

O Xperia XA1 é um aparelho com vários pontos que o fazem se destacar dos principais concorrentes, mas também há outros que o fazem ser ultrapassado. Exemplo disso é o fato de que as câmeras dele são excelentes para um intermediário e estão bem à frente da maioria dos rivais na categoria, mas ao mesmo tempo a tela tem uma resolução abaixo do que vemos em vários smartphones similares.

O celular possui processamento bom o bastante para rodar o que você quiser sem grandes problemas, o Android é atualizado, e a construção é resistente. Ainda assim, por mais que o aparelho tenha vários aspectos positivos, fica difícil justificar a compra dele pelo preço oficial de R$ 1,7 mil, especialmente se considerarmos que é possível encontrar opções como o Moto G5 Plus e o Redmi Note 4X, entre outros, por valores bem menores.

Perguntas dos leitores

R: o som é relativamente alto, mas nada fora do comum. Se for para mostrar vídeos para amigos ou tocar música em uma festa, você ainda vai precisar de uma caixinha de som Bluetooth. Ele parece bem resistente por causa do corpo em metal, mas não fizemos testes de queda.

R: o desempenho dele é bom, mas não é o mais rápido entre os concorrentes. Ele também fica atrás na resolução da tela, que é só HD. Muitos rivais oferecem Full HD por preços menores até.

R: o sensor traseiro é o mesmo, e o frontal do XA1 tem até alguns megapixels a mais, mas as lentes dos dois não são as mesmas. O XA1 tem lentes de 23 mm, enquanto o Z5 tem uma de 24 mm atrás e outra de 25 mm na frente. Além disso, o Z5 consegue gravar vídeos em 4K, mas o XA1 fica só no Full HD mesmo.

R: não para os dois.

R: os 23 MP ajudam e conseguem gerar fotos boas, mas uma câmera com menos MP e outros recursos conseguiria dar resultados melhores, sim. Há várias questões envolvidas na qualidade das imagens, e o número de megapixels é só um dos vários elementos. Sobre a bateria, usar o GPS (especialmente se for junto com a internet móvel) consome bastante energia em qualquer aparelho. Como a bateria do XA1 já não é uma maravilha, ele não é a melhor opção para isso.

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