O Telegram tem deixado de ser o canal favorito de reunião, divulgação de conteúdo e organização de grupos extremistas. De acordo com um estudo do Institute for Strategic Dialogue, há um novo aplicativo que tem sido utilizado por organizações neonazistas e terroristas.
O serviço adotado por essas organizações é o SimpleX Chat, um app de conversas descentralizado. A promessa é de que o mensageiro seja totalmente seguro para uso – com criptografia nas mensagens e a promessa de que os usuários se mantenham anônimos, sem a possibilidade de rastreamento.
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Uma das mensagens divulgando a migração de app.Fonte: ISD Global
Por que houve a mudança de uso do Telegram para o SimpleX pelos grupos extremistas?
A pesquisa denuncia que a migração começou nas últimas semanas, quando o Telegram anunciou que passaria a colaborar cada vez mais com autoridades que solicitassem dados de usuários envolvidos em processos e investigações. De acordo com a Wired, um dos grupos no SimpleX já tem mais de 1.000 membros para divulgar materiais — incluindo manuais de treinamento e doutrinação — e coordenar ações extremistas.
A divulgação do nome do aplicativo agora pode fazer com que ele vire também um alvo de investigações, já que as autoridades agora conhecem o canal e terão mais um local para buscar por suspeitos. Além disso, o desenvolvedor do serviço agora se diz ciente do problema e prometeu "restringir" esse tipo de material por lá.
Sem o uso de IDs para associar usuários a uma conta, a ferramenta existe desde 2021 e recebeu recentemente um investimento de US$ 1,3 milhão que inclui dinheiro de Jack Dorsey, o principal fundador do Twitter.
O que dizem os responsáveis pelo SimpleX?
"O SimpleX é uma rede de comunicação e não um serviço ou plataforma em que usuários podem hospedar seus próprios servidores. Por isso, não estamos cientes de que extremistas estão utilizando ele", diz o desenvolvedor do projeto, Evgeny Poberezkin.
Ainda segundo ele, a ideia é que não seja possível usá-lo em grupos com mais de 50 usuários e há medidas sendo tomadas para prevenir a distribuição de conteúdos criminosos, como imagens de abuso infantil.
A interface do chat usado por extremistas.Fonte: Google Play Store
"Apesar de não podermos escanear de forma indiscriminada todo o conteúdo, e fazer isso seria uma violação de direitos humanos, se o ponto de entrada é publicamente divulgado e pode ser visitado, e os usuários usam os nossos servidores, podemos remover essas portas de entrada e os arquivos", explica o desenvolvedor.
Para se isentar de responsabilidades, ele ainda cita que, na rede do projeto, "usuários não podem ser encontrados a não ser que eles queiram isso" justamente por motivos de proteção.
Será que teremos mais um aplicativo de mensagens investigado por conta de crimes cibernéticos? Fique de olho no TecMundo para manter-se atualizado sobre segurança e tecnologia. Aproveite para ler sobre como se proteger de ataques via web. Até a próxima!
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