Feriado prolongado é a época perfeita para aproveitar o recesso das aulas ou do trabalho, pegar o carro e fazer uma viagem a passeio ou para visitar familiares em outras cidades — mas também sinônimo de congestionamento e perigo nas rodovias estaduais e federais.
Segundo o balanço realizado pela Polícia Rodoviária Federal, na terça-feira (13), foram registrados 2.217 acidentes nas BRs, sem incluir os dados coletados nas estradas estatuais. Somente no estado de São Paulo foram contabilizados 1.136 acidentes.
Os motivos são os mais variados, desde fatores naturais, como chuva e neblina, até a imprudência dos motoristas que perdem o controle da velocidade, assim como aqueles que consomem bebidas alcoólicas antes ou durante a viagem.
Outro fator que pode contribuir é o fato de que muitas pessoas resolvem viajar à noite, até mesmo logo após o horário de trabalho, para aproveitar ao máximo o feriado. Além de a visibilidade ficar significativamente prejudicada com a falta de iluminação, o motorista corre o risco de adormecer em cima do volante.
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De acordo com estatísticas do “European Car Council”, 42% dos acidentes gravíssimos de trânsito acontecem durante o turno da noite. É uma porcentagem preocupante se pararmos para observar que o tráfego de veículos diminui consideráveis 60% nesse período. Esse é um dos motivos que levou um grupo de pesquisadores a trabalhar em um projeto com o intuito reduzir esse número, ao desenvolver um software para auxiliar os condutores a “enxergar” possíveis riscos de colisão.
O carro é o novo melhor amigo do homem
Ao levar em consideração os riscos produzidos pelos diversos elementos citados acima, foi formada uma parceria entre instituições de seis países da Europa, com o objetivo de desenvolver uma tecnologia que ajudasse a prevenir os acidentes causados por automóveis.
O projeto denominado de DRIVSCO — e liderado pelo professor Eduardo Ros Vidal, da Universidade de Granada, na Espanha — consiste em criar um sistema computacional capaz de captar e reconhecer o estilo de direção do motorista do veículo, de maneira que o software possa detectar se a pessoa apresenta algum comportamento fora do normal enquanto dirige.
Em outras palavras, o sistema DRIVSCO aprende como o motorista faz uma curva ou como se aproxima de uma intersecção, de um pedestre ou de outro veículo qualquer. Dessa forma, é obtido um comportamento padrão de direção, que será utilizado como referência quando o condutor está dirigindo na parte da noite. Afinal, como mostrou a pesquisa citada no começo do artigo, é o período do dia em que a visibilidade do motorista está comprometida devido à baixa iluminação da pista.
Quando o automóvel detecta que a pessoa está agindo de maneira diferente do normal perante uma curva ou outro obstáculo na pista, o software transmite sinais de alerta para que o condutor reaja a tempo de, por exemplo, dobrar na esquina ou desviar do objeto sem correr perigo. DRIVSCO se limita aos alertas porque não deve interferir nos componentes mecânicos do automóvel.
(Créditos: Profº Eduardo Ros Vidal)
O sistema completo é composto por um microprocessador, chip de visão, luzes infravermelhas e sensores de visão noturna. Os equipamentos são conectados no painel do carro (como se observa na imagem acima), com a câmera registrando e transmitindo a imagem do tráfego à frente na tela posicionada ao lado do volante.
Como a invenção é recente, mesmo passando por uma série de testes, o motorista interessado em equipar seu automóvel com o DRIVSCO precisa esperar mais dois anos para comprar o sistema. É o período necessário para que o software seja considerado plenamente seguro acompanhar o motorista nas ruas e rodovias.
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