Apple nega ter usado vídeos do YouTube sem autorização para treinar IA

Por André Luiz Dias Gonçalves

18/07/2024 - 09:152 min de leitura

Apple nega ter usado vídeos do YouTube sem autorização para treinar IA

Fonte :  Apple/Divulgação 

Imagem de Apple nega ter usado vídeos do YouTube sem autorização para treinar IA no tecmundo

Acusada de usar vídeos do YouTube sem autorização para treinar ferramentas de inteligência artificial generativa, junto com outras gigantes da tecnologia, a Apple negou a prática. O uso indevido do material disponível na plataforma de vídeos do Google foi relatado pela Proof News no início da semana.

Em contato com o 9to5Mac na quarta-feira (17), a Maçã se manifestou pela primeira vez sobre o caso. De acordo com a fabricante do iPhone, o material citado no relatório, que inclui transcrições de mais de 170 mil vídeos, não foi utilizado para alimentar nenhum dos seus recursos de IA, incluindo o recém-lançado Apple Intelligence.

O Apple Intelligence não foi alimentado com conteúdos do YouTube, garante a Apple.O Apple Intelligence não foi alimentado com conteúdos do YouTube, garante a Apple.

Ainda segundo a big tech, o treinamento do Intelligence se deu com “dados licenciados, incluindo dados selecionados para aprimorar recursos específicos”. A Apple também revelou que utiliza “dados publicamente disponíveis” coletados por sua ferramenta de rastreamento web.

Igualmente citadas no relatório, Salesforce e Anthropic afirmaram ter usado o YouTube para alimentar seus modelos de linguagem, porém negaram qualquer irregularidade. Já a Nvidia e as outras empresas ainda não se posicionaram a respeito do assunto.

Prática viola regras do YouTube

Usar conteúdos do YouTube para alimentar recursos de inteligência artificial sem permissão é uma violação das políticas da plataforma, de acordo com o CEO do streaming, Neal Mohan. Ele abordou o tema em entrevistas recentes e chegou a mandar um recado à OpenAI.

Falando à Bloomberg em abril, o executivo pediu à desenvolvedora do ChatGPT que não utilizasse os vídeos do YouTube para treinar seus modelos de IA sem o consentimento dos proprietários dos materiais. Conforme Mohan, nem mesmo as transcrições podem ser usadas se o criador não autorizar.

A investigação aponta que as big techs teriam usado conteúdos de 48 mil canais, incluindo alguns dos criadores mais populares do serviço de vídeos, como MrBeast e PewDiePie. Transcrições de veículos de notícias e canais educacionais também foram coletadas para o treinamento.


Por André Luiz Dias Gonçalves

Especialista em Redator

Jornalista formado pela PUC Minas, escreve para o TecMundo e o Mega Curioso desde 2019.


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