Além de gerar vídeos cada vez mais realistas e simular conversas com pessoas mortas, a inteligência artificial (IA) também pode estar perto de assumir o papel de médico. Na última quarta-feira (1º), o Google divulgou novas informações sobre o Med-Gemini, a IA da big tech para a área de medicina, mostrando resultados impressionantes.
Segundo o relatório, a versão médica do Gemini tem apresentado enormes avanços no diagnóstico clínico com potencial para aplicações no mundo real. Capaz de processar informações retiradas de textos, fotos, vídeos e áudios, a tecnologia foi aperfeiçoada com novos recursos de autotreinamento e pesquisa na web.
Tecnologia, negócios e comportamento sob um olhar crítico.
Assine já o The BRIEF, a newsletter diária que te deixa por dentro de tudo
- Leia também: Padre com inteligência artificial foi 'excomungado' após recomendar batismo em Gatorade
A tecnologia pode fornecer diagnósticos e recomendar terapias.Fonte: Getty Images/Reprodução
O resultado foi um raciocínio clínico muito mais avançado, que pode auxiliar os profissionais da saúde em diagnósticos e terapias. Testado em 14 benchmarks médicos, o bot estabeleceu um novo padrão em 10 deles, superando os modelos GPT-4 e Med-PaLM 2.
Desempenhos excelentes também foram obtidos em sete benchmarks multimodais, incluindo o desafio de imagem do New England Journal of Medicine (NEJM), que traz imagens de casos desafiadores para a geração de diagnósticos. Neste teste, o Med-Gemini superou o desempenho do GPT-4 em 44,5%, segundo o Google.
Conversando com pacientes
No longo relatório assinado por especialistas do Google Research e o laboratório de pesquisa de IA da gigante da tecnologia, DeepMind, publicado na plataforma arXiv, também chama a atenção um teste de utilidade usando a versão do Gemini para a medicina. No experimento, o paciente perguntou ao bot sobre um caroço em sua pele.
Durante a interação, a tecnologia solicitou uma imagem do nódulo para avaliação e fez perguntas à pessoa sobre o seu quadro clínico. Ao final, o robô conseguiu identificar corretamente a lesão rara, além de recomendar um tratamento adequado para o problema.
Med-Gemini fornecendo diagnóstico para um paciente com caroço na pele.Fonte: arXiv/Reprodução
Em outro caso testado pelos pesquisadores, a IA foi solicitada a analisar uma radiografia do tórax de um paciente enquanto o médico esperava o laudo emitido pelo radiologista. Ela também deveria gerar uma versão do relatório que pudesse ser entendida facilmente pelo paciente, em inglês claro.
Segundo os responsáveis pela ferramenta, o Med-Gemini apresenta capacidades de conversação multimodal “promissoras”, possibilitando uma interação natural e contínua entre pacientes, médicos e a IA. No entanto, a tecnologia ainda precisa passar por ajustes para que seja incorporada ao cotidiano da medicina.
Categorias