Uma parceria anunciada nesta terça-feira (29) entre o Google e o Serviço Geológico do Brasil (SGB) irá permitir que as populações ribeirinhas recebam alertas de inundações no país em tempo real. O acordo beneficiará os moradores de mais de 60 localidades e deverá ser expandido para outras regiões nos próximos meses.
Tão logo o serviço seja implantado, os usuários passarão a receber alertas e previsões sobre as condições dos rios, todas as vezes que navegarem pelo Google Maps ou acessarem o FloodHub, a plataforma de enchentes do Google, que disponibiliza informações sobre cheias graduais, ou seja, aquelas nas quais dá tempo de enviar dados assim que a água começa a subir, permitindo deslocamentos da população.
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No entanto, o acordo de cooperação anunciado em Florianópolis não contempla as cheias rápidas que acontecem de forma súbita em cidades nas cabeceiras dos rios, nem as chuvas em grandes centros urbanos.
Como funciona o Sistema de Alerta de Inundações?
Em comunicado, a líder de Parcerias de impacto Social do Google, Luisa Phebo, explica que a premissa do Sistema do Alerta de Inundações é usar o poder computacional da gigante norte-americana para desenvolver “produtos que levam informação confiável a pessoas em momentos críticos para mantê-las seguras antes, durante e depois que esses eventos acontecem”.
Criada em 2018, a tecnologia que utiliza aprendizado de máquina já é utilizada em países como Índia e Bangladesh, e além do Brasil, estará agora disponível na Colômbia, Sri Lanka e mais 15 países da África. Somente em 2021, foram enviadas 115 milhões de notificações e alertas de inundação para 23 milhões de pessoas.
Já o SGB, empresa pública vinculada ao Ministério de Minas e Energia, opera sistemas de Alerta Hidrológico em 17 bacias do território brasileiro, com monitoramento de chuvas e dos níveis dos rios, elaborando mapas de risco. Embora as informações estejam no site do SGB, não chegam de forma "fácil para a população", diz o coordenador do sistema, Artur Matos.