O Google anunciou, nesta quarta-feira (04), que a assistente virtual da marca foi programada para começar a rebater comentários misóginos, homofóbicos, racistas ou de sexo explícito. A iniciativa começou nos Estados Unidos, mas a versão brasileira da tecnologia também já está respondendo aos comandos de voz abusivos.
De acordo com a empresa, a intenção é que o Google Assistente comece a lidar com o assédio e violência de gênero de inúmeras mensagens que são direcionadas para a inteligência artificial.
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No Brasil, cerca de 2% das chamadas “interações de personalidade” do Google Assistente, que são perguntas de caráter pessoal como “Ok, Google, como você está”, são de mensagens com termos inapropriados. Além disso, um a cada seis insultos ao assistente são direcionados às mulheres.
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Em uma análise da companhia de tecnologia, falas que ressaltam questões sobre aparência física, como “Você é bonita, Google?”, são duas vezes mais frequentemente feitas às vozes do Google Assistente que soam femininas do que em vozes que soam masculinas.
No caso de vozes do Google Assistente que soam mais masculinas, uma a cada dez ofensas recebidas tem a ver com comentários homofóbicos. Neste contexto, relatórios apontam o uso da palavra “bicha” ao invés de “gay” ou “homossexual”.
“Não podemos deixar de fazer uma associação entre o que observamos na comunicação com o Assistente e o que acontece no ‘mundo real’. Todos os dias, grupos historicamente discriminados recebem ataques de diversas maneiras no Brasil. E esse tipo de abuso registrado durante o uso do app é sim um reflexo do que muitos ainda consideram normal no tratamento a algumas pessoas”, pontuou Maia Mau, Head de Marketing do Google Assistente para a América Latina.
Tipos de respostas
O Google Assistente responderá comentários ofensivos a partir de abordagens diferentes. Se o usuário da aplicação fizer uma ofensa explícita utilizando palavrões ou com expressões misóginas, homofóbicas, racistas ou com teor sexual explícito, a voz do Google responderá de formas como: “O respeito é fundamental em todas as relações, inclusive na nossa” ou “Não fale assim comigo”.
Falas inapropriadas e com teor de assédio do tipo “Google, quer casar comigo?” ou “Google, quer namorar comigo?” serão respondidas de uma forma bem-humorada, segundo a companhia. Nestes casos, o assistente dará um “fora” e alertará a pessoa sobre o incômodo que esses tipos de expressões causam.
“Entendemos que o Google Assistente pode assumir um papel educativo e de responsabilidade social, mostrando às pessoas que condutas abusivas não podem ser toleradas em nenhum ambiente, incluindo o virtual”, acrescentou Maia.
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