O polêmico recurso de detecção de material de abuso infantil (CSAM), anunciado pela Apple em agosto, pode ter sido abandonado. Nesta quarta-feira (15), a Maçã removeu as referências à ferramenta da sua página dedicada à segurança infantil, de acordo com o MacRumors, sugerindo uma mudança de rumos a respeito da tecnologia.
Esta possível desistência em relação ao recurso é mais um capítulo envolvendo o sistema, que incluiria o escaneamento de fotos armazenadas no iCloud, em busca de imagens contendo abuso sexual contra crianças. Desde a sua divulgação, não pararam de surgir críticas à big tech.
Tecnologia, negócios e comportamento sob um olhar crítico.
Assine já o The BRIEF, a newsletter diária que te deixa por dentro de tudo
Um dos críticos à digitalização de fotos foi o ex-funcionário da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA) Edward Snowden, que classificou a função como uma tentativa de vigilância em massa. Pesquisadores de segurança, políticos e até mesmo funcionários da Apple também se posicionaram contra a ferramenta.
A tecnologia de escaneamento da galeria de fotos do iPhone foi considerada invasiva por especialistas.Fonte: Unsplash
Na maioria dos casos, os críticos disseram que esse tipo de tecnologia traz riscos à privacidade dos usuários, além de poder ser utilizada para outras finalidades por governos autoritários. Muitos também ressaltaram não haver comprovação da eficácia do sistema em detectar imagens nas quais crianças estejam sendo abusadas.
Explicações não foram aceitas
Tentando minimizar as preocupações referentes ao recurso de detecção de material abusivo contra crianças, a gigante de Cupertino divulgou documentos e entrevistas com executivos detalhando o funcionamento do sistema. A criação de FAQs foi outra medida tomada para tranquilizar os usuários do iCloud.
No entanto, as explicações não surtiram o efeito desejado e a companhia acabou decidindo adiar o lançamento, em setembro. Na época, a Apple afirmou que a decisão havia sido tomada com base no feedback de pesquisadores, usuários e grupos de defesa, optando por desenvolver melhor o sistema antes de lançá-lo para o público em geral.
Agora, essa declaração sumiu do site, junto com todas as outras informações sobre o CSAM. Estaria a empresa desistindo do projeto, por conta de todas as polêmicas registradas nos últimos meses, ou a remoção dos conteúdos se deve a outro motivo?
Por enquanto, a empresa não deu qualquer declaração a respeito do caso.
Fontes