O acesso à internet na China é diferente de boa parte do mundo: no país, há um bloqueio a redes sociais tradicionais como Facebook e Twitter, substituídos por plataformas regionais como o Weibo e o WeChat. Entretanto, essa barreira foi superada ao menos parcerialmente por um novo navegador mobile que, em pouco tempo, conquistou números expressivos no país.
Trata-se do Tuber, um browser lançado somente para Android a partir de download direto (via APK) e na Huawei Appstore. O aplicativo oferece uma espécie de "porta de entrada" para o mercado ocidental de tecnologia, com uma seleção de vídeos publicados no YouTube direto na página inicial.
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A interface do Tuber.Fonte: TechCrunch
Segundo o TechCrunch, o Tuber acumulou 5 milhões de downloads só na plataforma da Huawei e virou uma sensação no país. Porém, por enquanto, não há detalhes sobre como o Tuber funciona e nem que mecanismo ele utiliza para burlar a "muralha" de segurança digital da China. Investigações posteriores sugerem que uma subsidiária da gigante chinesa Qihoo 360 seria a responsável — e isso já levanta algumas suspeitas.
Muita calma nessa hora
O principal problema detectado no Tuber começa com um pré-requisito: o usuário deve informar um número de celular chinês, que está ligado à identidade do usuário. Além disso, os termos de serviço indicam que contas podem ser suspensas a qualquer momento e dados podem ser compartilhados com autoridades se necessário.
Após alguns testes, notou-se que o navegador tem traços de censura: termos políticos simplesmente não exibem resultados de vídeos, mesmo que sejam expressões ou pessoas famosas, como o primeiro-ministro Xi Jinping.
O app foi removido da Huawei Appstore e o site oficial avisou que ele está "passando por uma atualização de sistema" — o que, na verdade, significa que ele não deve voltar a funcionar.
Fontes