A empresa Relida Limited está desenvolvendo um algoritmo que promete "conferir a veracidade" de orgasmos femininos. A novidade foi divulgada no Twitter por Stu Nugent, gerente da marca de brinquedos sexuais Lelo, que compartilhou imagens da apresentação do produto — com centenas de compartilhamentos e muitas críticas. "Aqui estão alguns slides para sua diversão/raiva", escreveu.
A publicação mostrava partes da proposta do algoritmo, incluindo estatísticas sobre mulheres que já fingiram orgasmo. Em um comunicado à BBC, a Relida afirmou que não esperava uma divulgação precoce, já que a tecnologia ainda está em desenvolvimento. A empresa disse que "não há evidências que comprovem a ocorrência do orgasmo feminino", mas é possível conferir uma mudança no ritmo cardíaco durante o clímax, segundo alguns pesquisadores, e esse seria o principal parâmetro da análise.
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Received a pitch presentation from a "female well being sex tech start-up" (five dudes) that can "confirm" and "validate" female orgasms, that could help my company develop better sex toys. Here are some slides, for your enjoyment/anger. pic.twitter.com/wwbk9NUDB3
— Stu Nugent (@CrookedNuts) June 9, 2020
Em resposta às críticas, um porta-voz da empresa descreveu o tweet de Nugent como antiético e disse que a intenção não era direcionar o produto para o público feminino ou masculino. "Esse é um assunto delicado e que pode criar mais pressão sobre as mulheres", explicou. Apesar disso, a empresa defendeu que o produto "foi pensado por uma mulher para promover o bem-estar de outras mulheres".
Enquanto a desenvolvedora alegou que o produto é baseado na ciência, o gerente da Lelo reforçou que a companhia quer solucionar um problema inexistente. "A ideia de conferir a ocorrência de um orgasmo contra a palavra da pessoa que está tendo (ou não) é perigosa", completou Nugent.
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