A plataforma de videoconferências Zoom confirmou a implementação de criptografia de ponta a ponta nas videoconferências da empresa, mas apenas para os usuários assinantes. Quem não paga para utilizar o serviço terá direito apenas aos mecanismos básicos de segurança oferecidos, que envolvem a codificação de mensagens com algumas camadas a menos de proteção.
O CEO da empresa, Eric S. Yuan, já havia afirmado que isso aconteceria cedo ou tarde, mas a fala do executivo gerou polêmicas: ele citou que o objetivo era "trabalhar junto com o FBI e as forças policiais locais para o caso de algumas pessoas usarem o Zoom para fins ruins". Isso levou muitos usuários a acusarem a empresa de colaborar com as autoridades e até mesmo espionar conversas.
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Para consertar a situação, o consultor em segurança da companhia, Alex Stamos, foi ao Twitter explicar melhor as escolhas da plataforma. Segundo ele, o Zoom não vai gravar conversas ou espionar conteúdos, mas quer garantir ao máximo que o serviço não seja utilizado para a prática de crimes.
Tudo tem um motivo
Stamos explica que a criptografia de ponta-a-ponta não deve ser uma proteção para casos de abuso, discurso de ódio, exposição de conteúdos adultos à crianças e outros comportamentos ilegais — e manter o balanço entre proteção a todos os usuários e tentar reduzir esses acontecimentos é um dos grandes desafios da plataforma. Esse equilíbrio, que é difícil de ser atingido, também é fruto de debates realizados pela empresa com ativistas, acadêmicos e autoridades, mas sem a intenção de "curvar-se à lei", como muitos críticos entenderam com as declarações do CEO.
Some facts on Zoom's current plans for E2E encryption, which are complicated by the product requirements for an enterprise conferencing product and some legitimate safety issues.
— Alex Stamos (@alexstamos) June 3, 2020
The E2E design is available here:https://t.co/beLdeAwMSM
"A decisão atual da gerência da Zoom é oferecer criptografia de ponta a ponta para clientes corporativos e não para o serviço limitado (...) Um ponto-chave: organizações com um plano de negócios que não estão pagando, como escolas, também terão criptografia ponta a ponta. Isso vai eliminar abuso? Não, mas como a maior parte dos casos vem de não-assinantes com identidades falsas, isso vai criar fricção e reduzir danos", explica.
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