Contact tracing é uma das estratégias utilizadas no combate ao coronavírus. Este é um método que busca identificar pessoas potencialmente infectadas e todos aqueles com quem tiveram contato para localizá-los e isolá-los. Assim, evita-se que a contaminação ocorra em escala maior.
Apesar de ser adotado em vários locais do mundo, esse tipo de rastreamento desperta preocupações relacionadas à privacidade, uma questão levantada nos Estados Unidos. Agora, o Instituto de Tecnologia de Massachusetts – MIT propôs uma solução para o problema inspirada na função “Buscar iPhone”, da Apple, para encontrar dispositivos perdidos.
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O sistema funciona da seguinte forma: ao enviar números aleatórios constantemente via Bluetooth, por ser um sinal de baixo alcance presente na maior parte dos aparelhos e compartilhado apenas com pessoas relativamente próximas, é possível que, no momento de confirmação da covid-19, uma lista desses números, enviados nos 14 dias anteriores, seja conferida. Esse é o tempo de incubação do coronavírus.
A partir desses “sinais”, outras pessoas podem verificar se, em algum momento, estiveram próximas de alguém contaminado sem saberem quem foi. Assim, preserva-se a identidade do transmissor e é possível tomar as medidas de prevenção para que testes sejam realizados e o autoisolamento entre em ação, evitando novos contágios.
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“A função ‘Buscar iPhone’ inspirou o sistema. Se perco meu telefone, ele pode começar a emitir sinais de Bluetooth, o que não passa de um número aleatório. É como estar no meio do oceano e pedir ajuda com uma lanterna. Se alguém passa por um Bluetooth ativado, o telefone que identifica o sinal não sabe coisa alguma sobre mim, só vai dizer ‘Ei, eu vi essa luz’”, explica Marc Zissman, um dos desenvolvedores.
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Respeito à privacidade
A solução seria tão simples quanto um aplicativo em seu celular, com uma tela intuitiva para facilitar o uso. Além disso, poderia ser adaptada para realizar detecção de sinais já identificados como transmissores, enviando alertas ao usuário e avisando-o sobre riscos.
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Para desenvolver a plataforma, os pesquisadores trabalharam com entidades oficiais de saúde para assegurarem que a novidade atenda todas as expectativas e, também, preserve a privacidade das pessoas. Por exemplo, o rastreamento não utiliza informações de geolocalização nem acessa dados sensíveis de um indivíduo em particular.
O próximo desafio é fazer com que empresas como Apple, Google e Microsoft aceitem a ideia, já que a colaboração estreita garante a adoção geral do público ao projeto. Ainda assim, a questão é posta em xeque quando se pensa que autoridades teriam acesso aos dados por fornecerem o QR code que permite o upload de informações – recebendo tudo o que o aplicativo registra.
Isso pode fazer com que a iniciativa demore mais um tempo para ser posta, finalmente, em prática.
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