De acordo com documentos obtidos pelo The Guardian, a Apple reprogramou a assistente digital Siri para ser evasiva em perguntas com temas como feminismo ou o movimento #MeToo. Segundo os papéis vazados, os programadores foram instruídos a treinar a IA para não se envolver, desviar ou trazer informações diretas de questões que envolvam tópicos sensíveis.
As diretrizes foram vazadas por um ex-funcionário e teriam como objetivo fornecer mais "igualdade" na hora de abordar os assuntos. O jornal aponta, porém, que a inteligência artificial chega a ignorar certos temas que podem causar polêmica.
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O objetivo da empresa, segundo define o Gizmodo, seria evitar que a assistente até mesmo diga a palavra "feminismo". Em questões relacionadas ao tema, a IA traz respostas prontas sobre igualdade ou soluções informativas, como páginas da Wikipedia ou resultados do dicionário do iPhone.
A Apple também reescreveu o comportamento da Siri na abordagem de perguntas sobre o movimento #MeToo, de acordo com o The Guardian, também visando ser mais evasiva e trazendo respostas com informações mais pontuais.
A fabricante de Cupertino também define a inteligência artificial como "não-humana" e "sem gênero" na documentação enviada aos desenvolvedores, o que explicaria a "ausência de um ponto de vista" nas respostas da assistente virtual.
O The Guardian entrou em contato com a firma e um porta-voz da Apple explicou a situação dizendo que o objetivo da empresa é ser "factual com as respostas inclusivas ao invés de oferecer uma opinião".
Fontes