Fazer a bateria durar não pode ser, como muitos usuários se deram conta, a qualquer custo, e isso inclui encerrar, do nada, aplicativos rodando em segundo plano. A Nokia é uma das primeiras fabricantes de celulares a abandonar a técnica, hoje adotada sem cerimônia ou aviso por gigantes como Samsung, Huawei e Xiaomi.
O assassino escolhido pela Nokia era um software tailandês chamado Evenwell. O trabalho era muito bem-executado, só que causava efeitos adversos (se a tela ficasse desligada por 20 minutos, todos os processos rodando em segundo plano eram encerrados). A empresa chegou a colher elogios pela durabilidade da bateria de seus dispositivos, até que os usuários começaram a notar que ferramentas de monitoramento de sono ou alarmes eram fechados.
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Antes de o Google lançar a bateria adaptativa, as fabricantes tinham que pensar em suas próprias soluções
Segundo a Nokia, “antes de o Google lançar a bateria adaptativa, as fabricantes tinham que pensar em suas próprias soluções para gerenciar o desempenho do sistema e a duração da bateria. Nossa solução foi a Evenwell. Com o novo recurso do Android 9 Pie, a necessidade de ter uma solução alternativa não é mais necessária”. Os celulares da Nokia não terão mais o Evenwell (mesmo se ele estiver instalado ficará inativo).
Campeã de mortes de apps
A atual campeã de mortes silenciosas de programas é a Huawei, que usa o PowerGenie e não oferece opção de configuração em seus celulares para que o usuário escolha o que pode ou não ser encerrado. A Samsung dá o prazo de três dias para que um aplicativo seja acessado; depois disso, ele o fecha, sem aviso.
Para saber se o seu celular está matando programas sem você saber, acesse o site do movimento Don’t Kill My App!, que mostra quais fabricantes usam a técnica, dando notas (“crap score”) de zero a cinco a cada um. Quanto maior a nota, pior é o gerenciamento de processos em segundo plano.