O jornal Irish Examiner conversou com alguns trabalhadores terceirizados contratados pela Apple para avaliar amostras de voz gravadas pela Siri nos aparelhos da companhia. No início de agosto, a empresa foi denunciada por fazer esse tipo de análise no material proveniente de seus usuários, os quais não tinham a possibilidade de se recusar a cedê-lo. A Maçã, então, viu-se "obrigada" a interromper as análises, o que gerou centenas de demissões na Irlanda.
O grupo de trabalhadores ouvidos pelo jornal trabalhava na cidade de Cork, onde aproximadamente 300 contratados já foram demitidos. Segundo os ex-colaboradores, eles deveriam ouvir 1 mil gravações, a maioria com apenas alguns segundos de duração. À época, a Apple havia se pronunciado, afirmando que menos de 1% do que é captado pela Siri é analisado e que nenhuma das amostras permite identificar o usuário.
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Agora, um porta-voz da empresa disse que a decisão de interromper as análises dos áudios foi necessária após uma revisão dos processos e para manter o comprometimento da companhia em preservar a privacidade dos usuários. A Apple explicou estar trabalhando para "garantir o melhor resultado possível para fornecedores, funcionários e clientes de todo o mundo".
Um dos demitidos informou ao jornal irlandês que entre as amostras de áudio havia gravações com sotaque de vários países de língua inglesa, o que pode indicar que outras equipes, em outras partes do mundo, também recebiam essas trilhas para análise.
A Apple foi forçada a interromper as análises dos áudios porque, basicamente, seu software não permitia que os usuários optassem por recusar sua participação no programa. Em outras palavras, tudo acontecia sem que os usuários fossem notificados, já que o procedimento era padrão.
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