A técnica do deep fake, que gera um rosto digitalmente (ou pega um molde de algum material em vídeo) e "cola" no corpo de outra pessoa é tão impressionante quanto perigosa, dependendo do uso que você fizer dela. E dois exemplos recentes mostram bem isso: ao mesmo tempo em que uma exposição artística trouxe de volta um gênio da arte, um canal do YouTube pode ter gerado o tema dos seus próximos pesadelos.
É melhor começar com a boa notícia. O Dalí Museum em São Petesburgo, na Flórida, abriu uma exposição em homenagem ao pintor e tem como atração um painel da agência de publicidade Goodby. Ela recriou o artista espanhol digitalmente em vídeo, fazendo parecer que ele nunca nos deixou nem envelheceu — ele faleceu em 1989, aos 84 anos.
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O truque é simples. A agência coletou mais de 6 mil frames de entrevistas dele, aplicando mil horas de treinamento de machine learning para refinar o algoritmo que gerou a face de Dali. Eles então vestiram um ator e gravaram ele fazendo poses e expressões, por último substituindo o rosto dele pelo digital. Ao todo, o vídeo dura 45 minutos. A exposição tem sido elogiada pela criatividade, precisão e irreverência: o Dali falso até "tira uma selfie" com o público.
O bebê Musk
Agora, a parte perturbadora. O canal do YouTube conhecido como TheFakening, que costuma postar resultados assustadores ou surreais de deep fakes, implantou o rosto de Elon Musk no corpo de um bebê. É sério. Confira:
"Pareceu bonitinho, talvez eu delete depois", escreveu o autor, que usou como base o vídeo "Cutest Baby Montage Ever", com 4 milhões de visualizações. Não se sabe o motivo da montagem — se a pessoa é fã do CEO da Tesla e da Space X ou acha que ele se comporta como uma criança —, mas uma coisa é certa: essa não é uma aplicação esperada da tecnologia.
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