Fotógrafos profissionais sabem bem da vantagem em usar o formato bruto (RAW), que vem sem compressão alguma, direto do sensor. Esse tipo de amostra oferece muito mais flexibilidade de manipulação e qualidade bem superior aos arquivos enlatados em JPEG, que normalmente são os que resultam das tradicionais câmeras de smartphones. Mas isso pode estar mudando, especialmente por conta da Google, Apple e Adobe.
Bem, antes de seguir para o que cada uma dessas gigantes têm feito nesse setor, é preciso só detalhar mais um pouco a principal vantagem de o registro RAW. As imagens captadas dessa forma permitem um manuseio mais completo e fiel, pois, para montar uma JPEG, os softwares dos celulares toma algumas decisões por conta própria para ajustar o balanço de cor, a exposição, a redução de ruídos, entre outras coisas.
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Se você é apenas gosta de tirar umas fotos bacaninhas para registrar momentos casuais por aí, então não deve ligar muito para isso. Mas se é daqueles que gosta de prezar por um conteúdo mais bem cuidado, com direito a portfólios especiais no Instagram, no Flickr ou no Pinterest, então pode ser que se interesse um pouco mais pelo que as companhias têm feito para tentar otimizar hardware e software para trazer resultados melhores, próximas do RAW, em telefones.
Google e Adobe estão melhorando seus softwares
O grande desafio de trazer o RAW para a experiência casual é prejudicar alguma outra tarefa ou característica dos aparelhos, pois esforços anteriores nesse sentido trouxeram mais problemas do que benefícios — além disso, pode ser excruciante transferir um arquivo desses para a nuvem ou para um computador.
Google chama sua abordagem próxima do raw no Pixel 3 como HDR+
A Google traz uma solução interessante no Pixel 3. Pela primeira vez em um app de câmera, você pode disparar algo parecido com o RAW, a partir da combinação de vários quadros em uma rápida sucessão. Essa abordagem foi projetada para preservar os detalhes de sombreamento e de luz — uma vantagem conhecida com alto alcance dinâmico (HDR, em inglês), que a companhia de Mountain View chama de HDR+. Cada cor na imagem não processada — vermelho, verde ou azul — é gravada com 16 bits de dados nessa ampla faixa, oferecendo mais flexibilidade para editar a imagem do que os 8 bits do JPEG.
Já a Adobe possui o Lightroom há mais de uma década como uma ferramenta para editar e catalogar fotos, especialmente em RAW. Agora, o programa também pode ser usado para tirar fotos em telefones, com seu jeito próprio de intercalar várias tomadas em uma única amostra HDR. A companhia conseguiu chegar a um ajuste que permite ao usuário tirar fotos em baixa luminosidade e ainda assim manter as áreas escuras sem manchas cor-de-rosa, como no exemplo abaixo.
Fonte: CNet
"Temos uma maneira muito melhor de extrair valores de sombra com mais precisão dos dados brutos", disse Eric Chan, um dos pesquisadores da Adobe.
Apple investiu no seu sensor
Sensores de imagem fisicamente maiores são difíceis de inserir nos telefones, principalmente porque exigem lentes maiores. Em contrapartida, oferecem uma grande vantagem na fotografia. Os largos repositores de pixels podem gravar com mais precisão a quantidade de luz. Isso se traduz em melhores faixa dinâmica e cores.
E a Apple fez isso com as câmeras do iPhone Xr, Xs e Xs Max neste ano. "Definitivamente, estamos vendo melhor qualidade dos arquivos raw graças ao sensor maior do Xs e do Xs Max", confirma Josh Haftel, gerente de produto da Adobe.
Fonte: Apple
O sensor de um telefone ainda não terá o mesmo desempenho que uma câmera profissional como Canon, Nikon ou Sony. Mas, dado ao avanço que essas três companhias têm conquistado, é bem possível que os resultados se tornem cada vez mais próximos do nível profissional.
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