Um dos grandes fatores para o sucesso de uma nova tecnologia é fazer com que ela se multiplique e se torna acessível para o máximo de pessoas possível — assim fica mais fácil monetizar as plataformas, com seu uso massivo. É justamente isso o que a Niantic, criadora do Pokémon Go quer, ao abrir seu programa de realidade aumentada (RA) para terceiros: a companhia anuncia uma nova frente, criada especialmente para outras desenvolvedoras.
A chamada “Real World Plataform” é a mesma utilizada em títulos como o do Pikachu, além de estar presente no Ingress e no vindouro Harry Potter: Wizards Unite. O motor de RA mistura visão computacional avançada, detecção de profundidade e reconhecimento de objetos em tempo real. As ferramentas de inteligência artificial (IA) foram aperfeiçoadas ao longo dos anos, em conjunto com mapeamento central, geolocalização e recursos sociais que sustentam aplicativos como Pokémon Go.
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Para oferecer uma plataforma mais robusta, a companhia adquiriu a startup londrina Matrix Mill, especializada em visão computacional e aprendizado de máquina. Ao lado de outra aquisição, a Escher Reality, a Niantic espera ampliar a experiência social em RA e desenvolver um ambiente digital interativo com várias pessoas engajadas por meio de diversos dispositivos e sistemas.
Tecnologia da Niantic permite mapear melhor os objetos
A Real World Platform faz bom uso do aprendizado de máquina da Matrix Mill e da experiência de RA que a Escher oferece. A partir de uma técnica chamada de oclusão, a Niantic pode fazer com que criaturas virtuais — como um Pikachu 3D — se misturem aos cenários reais de forma mais consistente. A rede neural analisa uma cena em tempo real e faz com que o bichinho possa passar por trás de um objeto ou entre as pernas de uma pessoa, por exemplo.
Confira no vídeo abaixo:
“Reconhecer objetos não se limita a entender o que eles são, mas também onde eles estão. Uma das principais limitações do RA atualmente é que os objetos RA não podem interagir de forma significativa em um espaço 3D. O ideal é que eles possam ser capazes de se misturar à nossa realidade, movendo-se perfeitamente atrás e ao redor de objetos do mundo real”, explica o CEO John Hanke.
Em outro exemplo da Real World Platform, é possível ver as habilidades da Escher em ação, com várias pessoas interagindo em um ambiente compartilhado de RA. A Niantic explica que usa uma rede de baixa latência que dispensa a comunicação com servidores antes de retornar as respostas aos dispositivos dos usuários próximos. A conexão ocorre por meio de uma torre de transmissão de celular próxima e isso deixa todo o processo mais veloz. Veja:
O futuro da plataforma na nuvem
O objetivo, de acordo com Hanke, é oferecer no futuro breve a Real World Plataform como algo semelhante aos serviços de nuvem da Amazon Web Services, para que as desenvolvedoras possam usá-la de qualquer lugar e customizar suas próprias aplicações a partir das ferramentas de RA. Por enquanto, não há informações sobre compartilhamento de receita ou se haverá cobrança — e quanto isso custaria — para o uso da plataforma.
“Estamos muito empolgados com essa RA avançada e queremos que outras pessoas possam usar a Niantic Real World Platform para criar experiências inovadoras que conectem o físico e o digital de maneiras que ainda não imaginamos. Vamos selecionar um punhado de desenvolvedores de terceiros para começar a trabalhar com essas ferramentas ainda este ano", adiantou o executivo da companhia.
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