O Tidal, empresa que oferece serviço de streaming de música, foi acusada de manipular números de streaming para Beyoncé e Kanye West. Os dois casos aconteceram em 2016. Em fevereiro, Kanye West obteve o número exorbitante de 250 milhões de transmissões, 10 dias após lançar exclusivamente pelo Tidal o disco "Life of Pablo". Alguns meses depois, Beyoncé chegou à marca de 300 milhões de transmissões, 15 dias após o lançamento de seu disco "Lemonade".
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O curioso é que o Tidal contava com 3 milhões de usuários naquele período, ou seja, seria necessário que cada um deles ouvisse o álbum "Life of Pablo" mais de 8 vezes por dia para atingir esse número de transmissões.
O jornal norueguês Dagens Næringsliv e analistas de dados da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia fizeram uma pesquisa que não só confirma a manipulação de streaming, como também revela seu mecanismo. Segundo eles, 320 milhões de transmissões e mais de 1,7 milhão de usuários foram manipulados.
No álbum de Kanye West, transmissões extras foram atribuídas aos usuários às 2h e 5h da madrugada (sempre no horário local de cada um), sendo que cada uma das músicas foi supostamente reproduzida várias vezes ao mesmo tempo.
O padrão da manipulação usada no álbum de Beyoncé foi mais complexo: varia de usuário para usuário e é muito mais difícil de apontar do que os registros de fluxos do álbum de Kanye, que são os mesmos para cada usuário.
O jornal norueguês falou com Tiare Faatea, de 34 anos, usuária do Tidal a quem foram atribuídas várias horas diárias de audição do álbum "Lemonade": "Eu amo Beyoncé, mas 11 horas por dia é completamente impossível".
O Tidal nega ter manipulado os números de streaming ou alterar os pagamentos de royalties para os artistas, segundo seu advogado Jordan W. Siev.
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