Simular de forma realista a pelagem de animais sempre foi um desafio para animações em 3D. A grande dificuldade tem a ver com a luz e replicar a maneira como as fibras de pelo interagem com ela. Agora, por meio de inteligência artificial, a Universidade da Califórnia encontrou um jeito de aperfeiçoar a técnica existente.
Atualmente, os sistemas de renderização têm foco no cabelo humano, o que é um problema, já que o pelo animal possui um centro (medula) maior e faz uma dispersão de luz diferente, dando um efeito com aparência mais suave e lustrosa.
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Já o modelo usado por esses pesquisadores gera simulações mais próximas da realidade e mais rápidas, visando obter representações de animais bem melhores nos próximos filmes e videogames. Os pesquisadores da UC usaram uma técnica que pode ser traduzida como “dispersão de subsuperfície” para ver como a luz ricocheteia em volta e através da medula do pelo.
O time de pesquisadores sugeriu um teste para uma melhor compreensão do princípio. Ao ligar a luz do flash de um smartphone nos nossos dedos, em uma sala escura, teríamos o resultado de um anel de luz. Isso acontece porque a luz entra pelo nosso dedo, dispersa por dentro e, então, sai novamente.
Tendo em vista os problemas matemáticos que envolvem aplicar a técnica da dispersão de subsuperfície, os pesquisadores optaram por utilizar rede neural, no processo. Após ser treinada em apenas uma cena, a inteligência artificial usada conseguiu replicar o princípio em outras, incluindo modelos de lobos, guaxinim e hamster (assista ao vídeo de divulgação).
O resultado mostra uma clara melhora, e a técnica funciona igualmente bem em cabelos humanos. O time agora trabalha no campo da renderização em tempo real, o que será muito útil para designers de games na introdução de animais mais realísticos.
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