Conversar com uma máquina em um nível semelhante ao humano é sonho fácil de encontrar na cultura pop, em filmes como “Blade Runner”, “Exterminador do Futuro”, “Inteligência Artificial”, “Her”, só para citar alguns exemplos. Assistentes digitais como Siri, Cortana, Alexa e Google Assistente até vêm desenvolvendo um certo grau de complexidade, mas ainda não o suficiente para ser o psicólogo de ninguém. Bem, a companhia Texpert quer mudar esse quadro, com a chegada de uma nova abordagem e a promessa de se tornar uma verdadeira terapeuta eletrônica para questões consideradas mais simples.
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“Temos que direcionar a entidade da inteligência artificial na forma como ela pensa e age. Essa parte é extremamente difícil. É similar, eu diria, a tentar decidir de que maneira seu filho deveria agir”, comenta o CEO da companhia, Ray Christian, em entrevista ao Mashable. Segundo o executivo, as conversas do Texpert Empathetic Virtual Interface (TEVI) não são, e nunca serão, preestabelecidas. A equipe está treinando o software para classificar e responder às emoções humanas e acredita estar criando o primeiro avaliador objetivo da saúde mental.
A Textpert é formada por pesquisadores de IA da Universidade da Califórnia, em parceria com o Instituto de Tecnologias Criativas da Universidade do Sul da Califórnia. Os desenvolvedores estimam que o software deva estar disponível até o final deste ano, com funcionamento completo em 2019. O serviço deverá custar US$ 9,99 (R$ 32,54) por mês.
Como funciona?
De acordo com o Mashable, a interface do TEVI é muito simples, basta você encaminhar uma frase e pedir para que a máquina analise-a. Na sequência, os resultados trazem significados para cada palavra e o quão relevantes eles são para questões sobre relacionamentos, socialização, saúde, namoro e outros tópicos.
O protótipo acertou na maior parte quando avaliou se a sentença era uma afirmação ou uma pergunta e causou surpresa quando a usuária clicou no botão “Fale comigo, TEVI”. Algumas respostas foram precisas mas na maior parte do tempo a terapeuta digital teve dificuldade em articulá-las. Em certos momentos causou certa confusão — o que, até aí, parece-se mesmo com o que já vemos na Siri, no Google Assistente, na Cortana ou na Alexa.
Calma, a TEVI não está sendo projetada para roubar empregos
Segundo Christian, os psicólogos e psiquiatras não precisam se sentir ameaçados pelo projeto, porque a ideia não é substituí-los, e sim oferecer uma opção de conversa mais complexa do que temos atualmente nos assistentes digitais. Nem mesmo o CEO sabe se um dia a TEVI poderá fazer diagnósticos e tratamentos para condições como transtorno bipolar e esquizofrenia.
"Muitas abordagens terapêuticas estão ajudando a lidar e criar resistência a traumas de baixo nível. Quando esses problemas de nível mais baixo não são abordados, eles podem se ampliar e sair do controle. Estamos criando uma versão mais simples de um terapeuta que pode interagir, que pode conversar com você, que pode resolver esses problemas menos complexos.”
Ou seja, a TEVI pode vir a ser muito útil no auxílio de problemas que, se tratados no começo, têm menos chance de se desenvolverem para algo mais sério, como questões sobre ansiedade no trabalho, rejeição em namoros e frustrações em geral — ou ainda somente para dar um conselho amigo quando você se sentir solitário. E aí, usariam um serviço como esse? Deixem suas opiniões nos comentários e compartilhe!
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