Enquanto o mundo da tecnologia se move rapidamente, o mercado para os produtos e serviços criados por esse setor da economia leva anos para de fato absorver as novidades. Mark Samuels, do ZDnet, conversou com vários CIO (chefes de TI) de empresas norte-americanas e percebeu que as mais novas tendências do mercado de tecnologia não estão na verdade em pauta no momento.
A grande tendência tecnológica de quase 10 anos atrás está sendo adotada de forma massiva pelas empresas só agora
Tecnologia, negócios e comportamento sob um olhar crítico.
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Isso quer dizer que, por mais que se fale muito em Inteligência artificial e empresas como a Google saltem na frente de todo mundo demonstrando aplicações mundanas para a novidade, a maior parte do mercado simplesmente não está pronta para absorver isso no momento. Um exemplo claro disso é que, hoje, diversos CIOs estão interessados em implementar computação em nuvem em suas empresas. Embora esta tenha sido uma grande tendência tecnológica há quase 10 anos, só agora está sendo adotada de forma massiva pelas empresas.
Samuels comenta sobre os ciclos descritos pela consultoria Gartner para adoção de novidades pelo mercado corporativo. Enquanto o setor de tecnologia está criando novidades e desenvolvendo tendências, o mercado no geral só começa a adotar isso anos depois, quando muitas pessoas já estão especializadas no assunto, e a tecnologia já está mais barata.
Isso significa que coisas como inteligência artificial, Blockchain e drones comerciais só devem começar a se tornar realmente populares na próxima década. Isso acontece porque os CIOs normalmente trabalham com orçamentos apertados e não contam com tempo nem mão de obra para fazer testes e experimentos que talvez não gerem resultados ou que deem frutos só em longo prazo. Por isso, é melhor trabalhar com tecnologias já estabelecidas e provadas.
Segurança e investimentos
Fora isso, a constante preocupação com segurança digital em grandes e médias empresas consome boa parte do tempo e dos recursos dos departamentos de tecnologia e, por isso, investir em novidades fica sempre em segundo plano.
“Quando a computação em nuvem emergiu inicialmente, algumas pessoas pensavam que se tratava simplesmente de terceirização; outros acreditavam que aquilo era uma tecnologia disruptiva”, disse Chris White, CIO da firma de advocacia Clyde & Co, ao ZDnet. “Sempre fui um grande apoiador da nuvem. Aqui estamos 10 anos depois, e a demanda de TI é um misto do passado e do futuro da tecnologia”, completou.
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