Quem nunca mexeu no celular de um amigo ou amiga e acabou vendo uma foto que não queria? Essa é a realidade em 2017, na qual o smartphone das pessoas está cheio de fotos delas sem roupa, e passar o celular para alguém é um verdadeiro perigo. Google e Apple não admitem que seus dispositivos são usados para fins pornográficos e ignoram completamente a necessidade de manter os nudes de seus usuários em um ambiente seguro, mas um novo app chamado “Nude” está tentando resolver o problema usando inteligência artificial.
O app já está disponível para iOS e deve chegar em breve ao Android. Ele vasculha automaticamente a sua galeria e, quando encontra fotos “sensíveis”, as move para uma pasta segura que só pode ser acessada por quem souber uma senha de quatro dígitos.
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Para abrir o seu “cofre de nudes”, é necessário iniciar o Nude e digitar a tal senha. Se algum intrometido quiser mexer nas suas coisas privadas, o app faz um flagrante. Quando alguém digita a senha errada, o app usa a câmera frontal do smartphone para tirar uma foto do enxerido.
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Como funciona
Sempre que você tira alguma foto, o Nude entra em ação em plano de fundo e vasculha as últimas imagens salvas para ver se alguma delas mostra pessoas ou partes de pessoas peladas. Para isso, o app usa um algoritmo inteligente treinado especialmente para a tarefa de reconhecer esse tipo de conteúdo através de visão computacional. É basicamente a mesma coisa que o Google Fotos faz, mas focado em fotos de nudez.
As criadoras do Nude tentaram utilizar Inteligências artificiais já prontas para esse fim, mas os resultados encontrados não foram adequados. Então, elas resolveram treinar sua própria inteligência artificial. Foi construído então um software para importar conteúdo de sites como o PornHub para que mesmo imagens de pessoas negras (ponto fraco das soluções pré-prontas) fossem identificadas adequadamente.
A ferramenta utiliza o CoreML para trabalhar com inteligência artificial offline, sem nunca enviar as fotos para a nuvem para processamento
A ideia foi concebida pelas criadoras Jessica Chiu e Y.C. Chen. Quando elas conheceram um programador chamado Edgar Khanzadian, colocaram a ideia em prática. No iOS 11, a ferramenta utiliza o CoreML para trabalhar com inteligência artificial offline, sem nunca enviar as fotos para a nuvem para processamento. Em versões anteriores do sistema da Apple, o app usa o Caffe2 do Facebook, que faz algo similar, mas consome mais recursos do sistema. Quando o app para Android estiver pronto, ele usará um recurso do Tensorflow que também permite processamento de visão computacional localmente.
Em todos os casos, quando o Nude identifica algum nude no celular do usuário, ele remove a imagem da galeria e também de serviços de armazenamento em nuvem como o iCloud. Para ter toda essa conveniência, entretanto, o usuário precisa pagar US$ 1 por mês. Faça o download aqui.