Se você conhece ou pelo menos já ouviu falar da série “Lie to Me” (“Engane-me se Puder”), sabe que, com o devido treinamento, é possível descobrir as intenções de um pessoa ou se ela está mentindo apenas analisando suas expressões faciais. Agora, uma startup quer trazer essa história para o mundo real e levar o conceito a um novo patamar com um novo sistema de inteligência artificial.
A proposta da Silver Logic Labs (SLL) é bastante ousada nesse sentido. Enquanto outras companhias fazem suas IAs se tornarem campeãs de Go ou as treina para que elas sejam capazes de analisar dados diversos em uma velocidade assustadora, a empresa em questão quer desvendar os segredos das emoções humanas para que essas informações possam ser utilizadas para melhorar experiências e produtos voltados ao consumidor.
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Prováveis sentimentos são ranqueados dentro do sistema
Segundo Jerimiah Hamon, CEO da SLL, um dos usos claros desse tipo de algoritmo é a pesquisa direta junto ao usuário de um forma muito mais precisa e real do que uma entrevista ou o preenchimento de um formulário – afinal, todo mundo mente, como diria o Dr. House. Com essa análise tecnológica fica mais fácil decidir se determinada cena de um filme ou comercial resulta no sentimento que seus autores esperavam despertar no público ou se vale a pena regravar tudo ou mudar o tom da peça para que a mensagem seja positiva em relação ao material.
A IA já consegue prever as taxas de audiência com uma eficácia mínima de 89%
O uso desse tipo de ferramenta no mercado de TVs, por exemplo, pode resultar em um número bem menor de cancelamentos após ou durante o primeiro ano de um seriado, já que as sessões de exibição junto a um público de testes trariam informações relevantes e precisas para que a produção tivesse mais chances de sucesso. De acordo com Hamon, isso não é uma previsão futura, mas sim uma afirmação do que o seu produto é capaz de fazer: a ferramenta já consegue prever as taxas de audiência com uma eficácia mínima de 89%. O mais assustador? Isso é o básico do que a IA consegue fazer.
Olhando tudo e todos
Para começar, a startup conseguiu adaptar sua tecnologia para que ela não necessite de equipamentos especiais, podendo funcionar tranquilamente em câmeras comuns, daquelas encontradas no seu smartphone ou notebook. Isso, claro, abre portas para que a IA possa ser expandida para quase qualquer setor. A análise instantânea de microexpressões pode determinar se um motorista está alcoolizado ou sob o efeito de drogas sem que ele tenha sido parado pela polícia ou ajudar professores e escolas a produzirem conteúdo que verdadeiramente engaje os alunos.
Se o recurso for adicionado às dashcams que muitos policiais ao redor do mundo usam na sua viatura, isso também pode ajudar a definir se alguém correndo na direção do carro é uma pessoa desesperada que acabou de perder um ente querido ou se é um terrorista prestes a atacar – duas situações que, aos olhos destreinados, podem ter a mesma aparência externa. Claro que todos os exemplos acima esbarram nas boas e velhas questões de privacidade e podem levar a discussões acerca de um futuro distópico aos moldes de “Minority Report”.
CEO quer utilizar a tecnologia para ajudar no setor de saúde
Sendo assim, Hamon ressalta que uma das suas paixões é poder utilizar a tecnologia para ajudar no setor de saúde. Segundo ele, a IA pode usar seus recursos para detectar problemas neurais de forma muito antecipada e efetivamente salvar vidas, detectando os microderrames que antecedem um AVC, por exemplo. Como dá para perceber, as possibilidades são muito amplas e rebatem o pesadelo futurista de uma Skynet. E aí, você aprovaria o uso generalizado de uma inteligência artificial como a da SLL? Deixe a sua opinião na seção de comentários.
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