E então, qual deles é o seu predileto? (Fonte da imagem: Reprodução/Engadget)
O cenário dos smartphones vive um momento delicado; nunca houve tanta concorrência e opções para o consumidor final quando o assunto é sistema operacional para dispositivos móveis. Se até pouquíssimo tempo atrás havia um oligopólio liderado pelo Android e o iOS, hoje se torna cada vez mais comum que companhias “menores” invistam em criar seus próprios SOs para entrar com tudo na batalha dos celulares inteligentes.
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Nos últimos meses, muito se falou sobre o Ubuntu OS – versão móvel da famosa distribuição Linux para desktops – e do Firefox OS – desenvolvido pela aclamada Mozilla, criadora do navegador de mesmo nome. Claro, não podemos nos esquecer do Tizen, sistema próprio da Samsung que está sendo projetado para evitar que a Google “domine” os smartphones da empresa; isso sem citar o BlackBerry 10, que já faz um sucesso respeitável ao redor do mundo, e o Sailfish, projeto de ex-funcionários da Nokia com base no núcleo MeeGo.
Mas, afinal, com tantos lutadores em um ringue tão disputado, fica a dúvida que assola a cabeça dos consumidores: qual sistema vai sobreviver e bater de frente com os gigantes da Google e Apple?
Design diferenciado e HTML5 são apostas da Canonical
Não há dúvidas de que um dos “preferidos” de quem está apostando suas fichas na batalha dos SOs é o Ubuntu Phone. Boa parte da respeitável gama de fãs que o sistema possui é proveniente de sua base de usuários já conquistada pela versão desktop do software da Canonical, considerada uma das mais populares distribuições do Linux.
Com um design bastante atraente, o sistema é voltado para aparelhos de entrada e aposta principalmente no HTML5 para aplicativos mais rápidos e fluidos – embora conte com um SDK para desenvolvedores que prefiram fazer programas nativos. Mesmo que algumas pessoas tenham se chateado com o fato de que o Ubuntu Phone não virá com uma loja de aplicativos em seu lançamento, é difícil discordar que o SO possui muitos pontos positivos que o ajudam a ser um concorrente de peso.
Afinal, não é todo dia que se vê um sistema que oferece uma infinidade de apps (nativos, HTML5 e futuramente até programas que rodam em desktops), compatibilidade com dispositivos de pequeno a grande porte (enquanto o Android cada vez mais é empregado em gadgets high-end), atualizações constantes e desenvolvimento colaborativo. A interface baseada em Unity ajuda tanto os usuários do Ubuntu convencional quanto os “iniciantes” em Linux a se acostumarem com o sistema operacional.
(Fonte da imagem: Divulgação/Canonical)
A web é a plataforma
Com uma estratégia parecida com a do Ubuntu Phone, a Mozilla acredita que a plataforma-base para um sistema operacional deve ser a web – e é justamente por isto que o Firefox OS foca-se mais do que os seus concorrentes em apps desenvolvidos em HTML5. Voltado para aparelhos mais modestos e com pouco poder de processamento, o SO da Raposa apresenta uma interface pouco inovadora e bastante semelhante à do Android.
O ponto é que infelizmente o Firefox OS não traz muitas características novas que o ajudem a se destacar entre os outros concorrentes. O sistema se foca de mais em dispositivos de baixo custo e não parece uma opção viável para consumidores que procuram uma maior gama de aplicativos e, principalmente, jogos mais complexos.
A versão de desenvolvedores liberada recentemente não apresenta uma experiência de usuário muito plausível, com uma interface de navegação pouco capaz de competir com iOS, Android ou outros sistemas menores. Vale lembrar que você pode testar o Firefox OS em seu computador, bastando baixar um pequeno plugin para o navegador homônimo.
Um pouco de independência
Já o Tizen é a aposta da Samsung para não se tornar tão dependente da Google e de seu Android. Utilizando alguns elementos gráficos do Bada e sendo compatível com os apps do robozinho verde, o SO começará a ser implementado a partir deste ano em um smartphone que promete ser “o mais poderoso da empresa”. Isso não quer dizer que a companhia vá abandonar o Android, e sim trabalhar com os dois sistemas ao mesmo tempo.
Contudo, há pouca expectativa acerca do Tizen. Ainda há poucas informações sobre suas principais características, inovações – se é que haverá alguma – e vantagens sobre outros SOs.
(Fonte da imagem: Reprodução/Android Market CZ)
Retomando seu lugar ao sol
A BlackBerry é uma empresa que já fez muito bonito no mercado de comunicações. Anteriormente conhecida como RIM, a companhia conquistou uma parcela respeitável do mercado com seus aparelhos celulares de sistema operacional próprio e voltado para uso executivo: quem não se lembra dos tempos em que um BlackBerry era sinônimo de alto poder aquisitivo?
As razões para tal sucesso não eram poucas: uma interface elegante e amigável, apps exclusivos bastante úteis (como o BlackBerry Messenger, programa para troca de mensagens seguras criptografadas) e hardwares que, na época, eram considerados um tanto potentes.
Após perder seu posto para Android e iOS, a RIM retorna com o BlackBerry 10, nova versão de seu sistema operacional estreado pelo smartphone Z10. Embora o gadget (lançado em 30 de janeiro) ainda não tenha dado as caras no Brasil, o alto número de venda em lojas ao redor do mundo mostra que a companhia teve um sucesso plausível ao desenvolver o novo SO.
Entre as principais armas do BlackBerry 10, destaca-se a interface extremamente intuitiva e atraente. Embora não seja compatível com apps de nenhuma outra plataforma, o BB10 anda tendo um nível de aceitação animador para Thorsten Heins, CEO da BlackBerry – que inclusive se viu no direito de dar um sermão nos engenheiros da Apple.
(Fonte da imagem: Divulgação/BlackBerry)
Vingando o MeeGo
Nem sempre a Nokia intencionou adotar o Windows Phone como SO para seus telefones celulares. A empresa, na verdade, planejava utilizar o MeeGo – plataforma própria que foi subitamente abandonada pela companhia.
Alguns ex-funcionários da Nokia, frustrados pelo radical abandono, decidiram se juntar e fundar a Jolla, que está utilizando o núcleo do MeeGo para desenvolver um sistema operacional móvel batizado somente como Sailfish. Com uma interface bastante diferenciada e elegante, o SO ainda não tem muitos detalhes e especificações reveladas, mas sabe-se que será compatível com apps Android e terá um recurso chamado “ambience”, que cria temas visuais com base em qualquer fotografia.
O ponto negativo do Sailfish é sua quase nula popularidade – principalmente se compararmos com os outros concorrentes ao pódio. Tendo pouca divulgação e quase nenhuma credibilidade por parte do público usuário, o sistema da Jolla dificilmente conseguirá sobreviver na violenta luta de SOs móveis – claro, julgando apenas pelas informações que temos atualmente.
Quem vencerá?
É um pouco difícil dizer com precisão. É importante observar que vários dos sistemas citados acima focam em públicos-alvo bastante distintos e fechados – o Firefox OS, por exemplo, parece uma ótima alternativa para quem quer pagar o mais barato possível em um celular inteligente (e quer algo mais recente e com mais suporte do que o Android 2.3 Gingerbread).
A verdade seja dita: o BlackBerry 10, embora seja um excelente SO, dificilmente sobreviverá caso a RIM não o disponibilize para outras empresas utilizarem-no em seus aparelhos com hardware próprio. Nada melhor para o usuário do que poder escolher qual software utilizar em seu celular predileto. A Canonical e a Mozilla parecem compreender bem isso, razão pela qual desenvolvem sistemas que podem ser usados em qualquer smartphone com o mínimo de adaptação por parte das manufaturadoras.
(Fonte da imagem: Reprodução/Beta News)
Se formos analisar o cenário atual, com o que possuímos em termos de popularidade, características gerais (vantagens x desvantagens) e inovação, é possível concluir que o Ubuntu Phone, BlackBerry 10 e Firefox OS têm mais chances de sobreviver do que o Tizen e Sailfish. Contudo, vale lembrar que conclusões definitivas só poderão ser feitas quando todos os SOs estiverem disponíveis no mercado e for possível testar todas as suas funcionalidades.
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